sexta-feira, setembro 23, 2005

O Rapto de Mogodochi – Recordações


Tinha sido fretado um avião para transportar todos os Niitsumy europeus. Portugal era o último país da escala. A viagem seria agora directa, até ao Aeroporto Internacional Mogodochi, Base Niitsumica – Tibete.
A viagem parecia durar uma eternidade. Borg ressonava desalmadamente. Talk conversava com uma hospedeira holandesa, trocando impressões sobre… futebol e pastéis de bacalhau. Charm estava envolto em pensamentos, memórias de tempos passados. Recordava os seus primeiros treinos na arte marcial niitsumica.
Foi em 1986, que Albert MacCosta, um Mestre Niitsumy luso-escocês, nascido em Serpa e criado em Glasgow, o descobriu num Corta-Mato na Quinta da Fonte da Prata, concelho da Moita. O pequeno Charm corria como se o amanhã não existisse. Albert detectou a sua apetência para se tornar num valoroso Guerreiro Niitsumy. Convenceu os seus pais e levou o petiz para a Serra da Arrábida ministrando-lhe intensos treinos durante anos. Foi ai que Charm conheceu Talk Talk.
Os seus pensamentos transportavam-no para a primeira viagem que fez ao Tibete. Recordava-se de caminhar na neve durante dias, de sentir um frio que se entranhava nos ossos, de ouvir constantemente as criticas do seu velho Mestre, naquele estranho sotaque meio alentejano meio britânico: “Charm, anda lad…não fiques para trás senão levas nos cornos”, “Fogo…está um frio do catano pá, estou farto desta merda”.
Albert MacCosta estava agora na reforma. Gozava os seus dias de descanso numa quinta na Serra do Caldeirão, onde cultivava alfarrobeiras e laranjeiras. Era um homem na casa dos 70, alto e magro, barba branca, moreno, culto, apreciador das coisas boas da vida. Tratava-se dum verdadeiro cavalheiro que adorava misturar as duas culturas donde provinha: Kilt e samarra alentejana, whisky e azeitonas, golfe e jogo da malha.
Os avisos do comandante fizeram despertar os sentidos em Crazy Charm. Borg acordou finalmente aliviando os ouvidos dos outros passageiros.
Olhando pela janela era possível vislumbrar o território controlado pelos Niitsumy. Seria uma área com o dobro do tamanho da península de Setúbal. A norte as montanhas Sagradas, local dos Sete Templos, a casa de Mogodochi. A sul a Floresta Branca e o Lago da Serpente, local mágico repleto de feiticeiros e duendes. A leste as Grutas de Mi Rah Dari, terra dos Yeti, os abomináveis homens das neves. A oeste a interminável cadeia montanhosa.
Aterrado o avião, com mais um galo na cabeça de Borg, foi tempo de partir para o Hotel White Bigfoot em Niitsumy City, a 7 km do Aeroporto.
A reunião de urgência dos Guerreiros Niitsumy estava marcada para o dia seguinte nas montanhas Sagradas, na cave do Templo Azul. Agora era altura de rever velhos amigos, revisitar locais queridos e retemperar forças para os desafios que se adivinhavam.

8 comentários:

Miguel Baganha disse...

"Great caracter"...Este "Albert Mccosta"!Um verdadeiro poço de virtudes.

Adorei principalmente o seu gosto requintado plas coisas boas da vida...Alguém que traja "kilt"e samarra e bebe "whisky"c/azeitonas,é de se esperar o melhor...

'tou a adorar,Talk!
1Abraço!

Anónimo disse...

A tua imaginação é espantosa!Onde é que vais buscar as tuas histórias? Claro que é uma pergunta inútil. Continua. Obrigada pelas tuas palavras de apreço aos meus escritos. Bjinhos

Nina disse...

Beijinhoo e Bom FDS....desculpa n aparecer + vezes por aki mas tenho tido pouco tempo para visitar os blogs.

Talk Talk disse...

Miss15,
Esta história nasceu de centenas de conversas tidas (principalmente) com o Crazy Charm, misturadas com algums factos que aconteceram. É uma mistura de imaginação tresloucada com cenas reais completamente retiradas do contexto.

Um beijinho para Miss15 e Nina e um abraço ao Copa-rota.

Anónimo disse...

Á Á. Eu sabia,,.,..... É só para dizer que essa conversa do descansar os ouvidos dos outros passageiros, (quando o Borg acordou ), tem bastantes semelhanças com um determinado espécime, diga-se de passagem RARO, desta imensidão de criaturas. Não esquecer também que, esse comportamento é uma das defesas utilizadas pelo dito indivíduo na arte da defesa pessoal. É isso e ter a tamanha capacidade de gerar a confusão mental dos indivíduos que o rodeiam, a pontos de subjugar alguns e obrigalos a irem dormir num roupeiro com isolamento sonoro.


Nota: Qualquer semelhança com a realidade, é pura obra do acaso

Um abraço deste vosso companheiro, que hoje está um pouco mais alucinado que é costume.

Aos Bravos Guerreiros

Sexy Sparks

Morfeu disse...

Maravilhoso meu caro Talk, as "nossas" recordações.
Um abraço

Talk Talk disse...

Ó Sparks, o ressonar do Borg, apesar de tudo é, quando comparado com o teu, um ligeiro trovoar.
Um abraço.

Anónimo disse...

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