sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Preconceitos: A Altura

“Como é que vai o tempo ai em cima?”. Esta frase sempre me causou desconforto. Não muito, apenas um pouquinho. Já não chega ficar com os pés de fora na cama, acertar vezes sem conta, com a cachimónia, no candeeiro da sala da casa dos sogros ou dobrar a espinha até ao esforço limite, sempre que se cumprimenta a maioria das moçoilas. Não, ainda vem a estúpida da frase!!!
Mas há outras frases, talvez não tão comuns mas igualmente burras: “Porra, consigo é que eu não vou aos figos”, sim porque é um hobbie que eu tenho desde miúdo, ir aos figos, especialmente com o “Moedas”, o arrumador de carros!!!Ou ainda “É rapaz… quando é que paras de crescer?!”, claro, um gajo com 30 anos continua em fase de crescimento, deve ser da bolacha baunilha e do leitinho todas as manhãs… Mas a melhor de todas é “Se não fosses tão alto não me escapavas”, como se eu não conseguisse escapar a uma tipa gorda como um bisonte, de perna curta e com saltos de 15 centímetros!!!

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

À conversa com Mr. Waits – Um postal de Natal de uma Prostituta de Minneapolis

“Miúdo vem cá ver esta” – foi assim que o mestre Tom conseguiu despertar a minha atenção. Eu estava sentado e entretido com o meu saxofone a ensaiar aquele que viria a ser o meu primeiro êxito a solo no smoth jazz, “Zumba Caneca’s Blues”. Parei de imediato e fui ao encontro de Mr. Waits. Reparei que segurava um postal, aparentemente um postal de Natal. “Crazy, recebi um postal de Amanda Blow, uma prostituta que conheci em Minneapolis, em 1979”.

“Que recordações, estás preparado meu jovem rebento de charme?” – Ao qual respondi de imediato que sim. Sabia que o livro do glamour se iria abrir uma vez mais, e eu iria conhecer mais um capítulo da sedução.

“Dezembro de 1969, Minneapolis...um frio aterrador, até as bordas do cu batiam palmas. Trabalhava como engraxador, na sapataria “Pevides d’ Pés” na Lowry Avenue. Foi a primeira vez que vi Amanda Blow. Era uma mulher muito esbelta até à cintura. Quem a visse ao longe teria a percepção de estar a ver a forma de uma cabaça. Tinha lábios carnudos e cabelos negros ondulados que lhe chegavam aos fartos seios. As ancas, meu Deus, as ancas!!! Eram de tal modo grandes que havia carros a contornarem Amanda a pensar que esta era uma rotunda. Sabia que era uma prostituta da alta sociedade que costuma acompanhar velhos ricos a eventos sociais.”

“Ela costumava vir à sapataria colocar solas duplas nos sapatos. A “Pevides d’ Pés” era a única sapataria nas redondezas onde se podia encomendar números superiores a 44 e Amanda tinha um pezinho de 49. Naquele dia tive a sorte de ser eu a atender. “Bom dia Miss.Blow, veio buscar os seus sapatinhos – perguntei convicto daquilo que procurava” ao que ela respondeu “Desta vez procura algo diferente...venho à procura alguém que me desentupa os canos” “Engoli a seco” “ Tenho um problema na canalização e necessitava de uma ajudinha” “Eu posso ajudar – as palavras saiam sem eu saber” “Bem então daqui a 30 minutos no nº7 da 7th Avenue.” “Combinado lá estarei.”

“Chegado ao apartamento, depressa me apercebi de que a canalização estava mesmo era a precisar de uma vistoria total. Havia canos que há anos que não sentiam uma gotinha de liquido a suavizar-lhes a já ferrugenta cobertura. Não houve tempo para muitas conversas. E quando dei por mim já tinha ferrugem nos dentes...”

“O meu corpo pedia mais e eu pedi um 69. “Amor, enrola-me a gambiarra à árvore que o natal está a chegar. E já agora virá para cá o pólo sul”. E foi então que fiquei com as grutas de Mira D’Aire ao meu alcance. Estávamos nós a deliciarmo-nos naquela posição de carinho mútuo, quando o 69 se transformou num 70, pois o raio do caniche da minha amante teimou em esconder um osso na minha porta dos fundos. Foi tal a agonia que soltei um berro...Amanda a pensar que eu estava próximo do clímax parou e disse “Isto ainda é só o começo.” Amanda estava completamente louca com a minha ementa de posições. “Linda, coze-me a maçaroca na tua panela a vapor” “Ó Tom és tão romântico”. Resolvi então experimentar a posição ladrão...pedi a Amanda para ela se virar de costas, ao que ela acedeu com um sorriso...e quando ela menos esperava arrombei o portão com o meu pé de cabra. Foi tal a o espanto e a surpresa que levei uma valente cotovelada, passei duas semanas a falar francês sem vogais. Resolvi dar a estocada final. O ponto G da Amanda. Sabia da literatura de retrete que este ponto se localizaria a meio (ou dois terços) do caminho de entrada. Sabia também que se pressionado firmemente (pelo pénis ou por um dedo), proporciona uma sensação muito erótica. “Fogosa, tira o bacalhau de molho que o teu Gomes Sá vem a caminho”. Encontrei tudo menos o G naquela sopa de letras e ainda levei uma palmadina na testa e um "Que andas tu à procura? Continuamos ou não".


“Resolvi experimentar a posição do guarda-roupa. Pus-me de pé de pernas bem abertas e encostei as mãos a uma parede. Amanda estava louca com o meu arsenal kamasutrico. Então disse “Paixão, pendura a tua roupa suja neste cabide do amor”. Ao que ela respondeu “Roupa suja não tenho, mas vejo que esse cabide precisa de algum carinho”. A sua boca era uma autêntica ventosa do arrepio. Nunca uma mulher me fizera sentir tão vivo. Mais uma vez quis surpreender a minha parceira. A posição do cozinheiro. Com a colher de pau segura firmemente com uma mão deitei-me de costas na cama e coloquei as pernas em concha de modo a acolher a caçarola de Amanda. “Doçura, prepara o lume que está na hora de cozer o espargo”. A volúpia de Amanda era tal que tive orgasmos múltiplos.”

"Notei que a minha parceira denotava algum cansaço, e começava finalmente a dar sinais de que iria atingir o primeiro orgasmo após 13 horas de puro prazer. Era uma mulher exigente. A derradeira batalha seria a posição do merceeiro. Fiz as contas rapidamente e noves fora nada, calculei o ângulo para a estocada final. “Amandinha, afia a máquina que vamos cortar o fiambre”."

"O orgasmo de Amanda foi algo de indescritível. A quantidade de toucinho que voou naquela casa, dava para fazer cozido à Portuguesa para 50 pessoas. E as claras do amor eram em tanta quantidade que dava para fazer um castelo do tamanho do Tal Mahal. Eu para além destas belas recordações daquele momento tenho uma placa de zinco no maxilar devido à violência do pontapé que levei nos queixos aquando da enxurrada...como costumo dizer.”

Consultório de Sexologia

Embora o Binoc ainda não me tenha passado o certificado de Guru Sexual, e em virtude de serem muitas as cartas recebidas, decidi iniciar aqui um programa sobre sexo, onde procurarei aconselhar aqueles que me procurem para esse efeito.
Assim e para começar irei responder às seguintes dúvidas:


“Talk, imaginei que fazia amor com a Pamela Anderson enquanto comia uma sandes de torresmos, poderei apanhar alguma doença venérea?”
J. de Brejos

É importante sabermos algo amigo J.: Os torresmos eram frescos, ou pelo contrario já sabiam a ranço? Se estivermos no campo da primeira possibilidade estás safo, desde que o pão da sandes seja de carcaça. Se por outro lado os torresmos já estavam rançosos aconselho-te a procurares o teu médico de família e por favor… nada de sexo oral pelo menos até bochechares a boca com água ardente.


“Tenho vinte anos, acho que sou gira mas continuo virgem… acha isso normal?”
R. de local anónimo

Minha querida R., normal normal não será, especialmente se o teu desejo é deixar de o ser. Por outro lado talvez ai em Local Anónimo a rapaziada já não seja como no antigamente. Aposto que se vieres aqui para os arredores do Rato resolves o teu problema num abrir e meio fechar d´olhos.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Os Rústicos – Episódio II

Episódio I


Todas as noites eram noites de festança e naquele dia não seria diferente. As mesas de plástico, dispostas numa clareira na zona sul do acampamento, estavam devidamente enfeitadas, cobertas com toalhas brancas, sobre as quais se dispunham litros de cerveja, pão da Lagoinha, manteigas, caracóis, torresmos, queijo e as indispensáveis pernitas de codornizes. Um barbo com a sua concertina animava a festa com sucessos antigos. Os Rústicos adoravam aquelas músicas!!!
Lacerda, o líder da tribo, estava no entanto alheado de tudo isto. Os seus pensamentos levavam-no até à orla da floresta. Quem seria aquela mulher que os tinha salvo dos soldados? Seria uma musa do Tejo? Uma fada da floresta? E porquê salvá-los?
Após esboçar um sorriso para com os que com ele se sentavam, levantou-se e sem nada dizer partiu sem rumo na direcção do rio. Protegido pela escuridão trazida pela lua nova, era apenas uma sombra caminhando por entre chaparros ao som dos grilos e das cigarras. Sentia um estranho chamamento, era algo de diferente, não apenas aquela vontade de “arrear o calhau” que sempre que comia queijo da Serra o fazia correr veloz na direcção das águas do rio. “Que posso eu fazer”, pensava ele tantas vezes, “Ainda não inventaram as ETAR´s, e um gajo arreá-lo ao pé do acampamento causaria por certo um motim”. Mas hoje era outra coisa. Algo de novo. Em pouco tempo tinha chegado à praia , da qual de dia é possível ver Ratolon, a Ilha Proibida. Ao olhar as águas reparou que estas largaram o estado de letargia em que se encontravam. Sobressaltaram-se criando pequenas ondulações que lhe molharam os pés. “Mas que raios, os catamarans do Montijo não passam a esta hora, outra coisa está a fazer mover as águas!!”, pensou ele. É então que uma luz imensa brotou do rio. A luz aproximava-se dele. Notou deslumbrado que era a jovem em que tinha estado a pensar, coberta por uma áurea imensa, desta vez munida de biquini completo cor-de-rosa.
A jovem sorriu para ele e disse:
- Olá Lacerda, sabes quem eu sou?
- Nã ..não.
- Sou uma Musa do Tejo. E tenho a obrigação de te avisar que já é hora de vocês deixarem de ser um grupo de saltimbancos e tornarem-se verdadeiros rebeldes na luta contra o Amadus… que achas?
- Acho que tem toda a razão – Lacerda ao olhar para aqueles olhos castanhos (e para o resto) jamais conseguiria discordar de qualquer coisa que ela dissesse.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Glamour Gold - As loucas noites medievais de Ibiza

Ao longo dos séculos foi um “ver se te avias”. Era princesa castelhana com rei português, princesa portuguesa com rei castelhano, príncipes aragoneses com duquesas castelhanas. Enfim … era a loucura dos arranjinhos. Mas afinal onde é que esta gente se reunia? Onde é que eles se conheciam e faziam as trocas?
Pois bem, estudos indicam que Ibiza era o local onde as várias cortes ibéricas se juntavam e viam o que tinham para a troca. O pessoal alugava aquilo aos muçulmanos (há quem diga que foi por causa do monopólio dos hotéis e casas nocturnas que se correu com os mouros), e ia para lá conhecer moças e trocá-las pelas irmãs, filhas e assim. Isto sempre ao som dos Trovadores DJ´s da altura que colocavam naquelas pistas de dança improvisadas, sons a partir. Era a “desbunda” total – “Let´s get physical…physical… let me hear your body talk…”

sábado, fevereiro 18, 2006

Please Crazy Charm...post something, again!!!!

Again?! Not now baby, not now...later later

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Estamos quase quase a fazer um ano.

Amanhã, dia 18, este Blog faz um ano de existência. Aquilo que começou por ser um brincadeira de amigos transformou-se na coisa fantástica que hoje é: uma brincadeira de amigos.
É certo que o que inicialmente seria uma escrita a dois (e um pouco mais tarde a três) se transformou numa escrita a um. Mas na essência continua tudo igual, o objectivo é o mesmo: brincar. Brincar com nós próprios, brincar com os outros.
Quero agradecer a todos os amigos que foram entrando na festa, não os nomearei porque temo cometer o pecado de me esquecer de algum. A verdade é que vocês contribuíram e contribuem, com as vossas visitas e comentários, para que este Blog se vá transformando e que não termine. A todos um muito obrigado.

Após este comovente discurso que sei que quase vos deixou em lágrimas, resta-me deixar-vos aqui o primeiríssimo post aqui publicado, obra prima inigualável desse grande vulto da cultura e da boémia: Crazy Charm:

1º Post dos I-Glamour


Já agora alerto-vos para o facto de, como amanhã fazemos um ano e em virtude das comemorações da data, o Crazy Charm irá publicar um post especial. Prevejo algo de extraordinário!!!! Acautelem-se.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Os Rústicos – Episódio I

Numa época em que a Internet ainda não existia, uma tribo de guerreiros bárbaros, os Rústicos, montados em graciosos jericos cruzavam as planícies do Império em busca duma boa peleja.
Amadus, o cônsul local, detestava-os. Perseguia-os incessantemente por toda a Glamourolânia. Mas os bravos bárbaros sempre arranjavam maneira de lhe escapar.
Ninguém sabe a origem destes indivíduos. Apenas se sabe que cheiravam mal, não percebiam nada de tecnologia, raramente liam algo mais complicado do que os jornais desportivos e comiam desalmadamente tudo o que era combustível.
É numa perseguição imperial que começa a nossa história. Queimando trilhos num prado verdejante, os organizados centuriões quase alcançavam a meia dúzia de Rústicos que se tentava invadir para o interior da Floresta da Fonte das Ratas. Quando os jericos dos bárbaros já estavam quase ao alcance das lanças dos soldados imperiais, surge na orla da floresta uma figura feminina semi-nua duma beleza exótica fascinante. Os soldados travam as trotinetes eléctricas e param admirados perante tão inquietante beleza. Apenas um minúsculo fio dental a separava da nudez pura e dura. A jovem, que não teria mais de 20 anos, correu numa direcção perpendicular aos soldados, afastando-se. Os bárbaros entretanto já estavam refugiados no interior da Floresta, protegidos pela densa vegetação dos chaparros, azinheiras e caniços que ali proliferavam.
A estonteante donzela corria provocando apetitosos movimentos aos seus enormes seios, dos quais os olhares dos soldados não conseguiam escapar. Estes iniciaram então uma nova perseguição, agora não atrás dos brutamontes dos bárbaros mas atrás da rapariga. Ela finalmente parou, junto ao rio, cercada em parte pelas águas lodosas e também pelas trotinetes dos soldados. Arranjando coragem a moça virando-se para o chefe do grupo exclamou:
- Porque me persegues nobre senhor?
- Porque ao vislumbrar tão nobre beleza, achei por bem descansar os meus olhos e o dos meus homens em si… é que menina, vós deveis saber que sois mui graciosa…
- E vocês deviam saber que isto aqui é só lodos, que as vossas trotinetes já não vão conseguir voltar para trás e que com essas ridículas armaduras não vão conseguir nadar, portanto… toma!!! – Disse a bela rapariga ao mesmo tempo que vez um gesto que dispensa discrições.
E depois lançou-se ao rio, nadando dali para fora.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Crónicas do Zé Caxias - Dia de S. Valentim

Para um Pinga-Amor como eu este dia é igual a tantos outros. É um pouco como o Natal para os viciados em compras, ou o São Martinho para o pessoal lá da Tasca, ou então o 1 de Abril para caçadores, pescadores, políticos, vendedores, advogados...
Não há ritual que pratique neste dia que não o faça noutro qualquer dia do ano, desde que a inspiração ajude, que a espandilose não prejudique e que não seja a farmácia do meu cunhado Luís a estar de serviço, pois há segredos sobre a virilidade dum homem que devem ficar guardados algures no interior da sua mente e preferencialmente no bolso do casaco quando a ocasião se propicia.
É por essa razão que hoje vou sair com a Manuela. Não por ser São Valentim, mas porque está um dia lindo, cheio de Sol e porque a procura incessante pelo puro romance faz parte do meu intimo. Também porque a Manuela, apesar do buço, dos quilinhos a mais e do estranho ressonar, é uma mulher interessante, madura, liberta dos tabus provocados pela severa educação que teve, bem treinada nas artes do Amor e da Sedução.
Já sinto o meu coração a pular de emoção, esfomeado que está do aconchego que receberá mais tarde. O resto do corpo permanece calmo. Excessivamente calmo. Mas isso também não é problema. Hoje a escala das farmácias de serviço foi generosa!
Bom São Valentim para todos.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

As fotos de Rocky Beiços

Já aqui falei certo dia de Rocky Beiços, pugilista Yeti, que se tornou um ícone do pugilismo regional.
É bom esclarecer os leitores que Beiços, para esconder a sua verdadeira natureza, durante a sua curta carreira decidiu rapar o pêlo, passando por humano, causando na altura grande celeuma sobre as suas origens. Foram lançados vários boatos, havia quem jurasse a pés juntos que ele era um albino proveniente das Selvas do Congo, ou então que seria um gigante ex-mineiro proveniente duma qualquer república da ex-URSS.
Pois bem, Beiços voltou à ordem do dia. Fotografias do pugilista, publicadas por um jornal escolar de Aveiras de Cima, o “Pintainho”, vieram causar grande transtorno na comunidade yetiana, em especial na pequena fracção de Yetis que vivem entre nós.
Ao que consta é expressamente proibida a representação fotográfica de Yetis tosquiados, sendo considerado uma enorme ofensa para estes hominídeos.
Um pouco por toda a parte onde vivem estes gigantes de pêlo branco temos tido manifestações, onde bandeiras da escola do 1º ciclo nº 77 de Aveiras de Cima são enroladas à cintura ou embebidas em mel e depois deixadas ao vento, sujeitas às mais terríveis intempéries como chuvas, neve, ou tempestades de areia, tudo em sinal de protesto.
Caso alguém ligado ao Governo português ou então algum membro da Associação de Encarregados de Educação da escola não peça desculpas publicamente, ao mesmo tempo que depila as sobrancelhas com cera, a comunidade de Yetis admite tomar medidas mais drásticas tais como: embargar a importação de chupas e de algodão doce e não permitir que membros a sua comunidade continuem a trabalhar secretamente na função pública portuguesa.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Beta & Inna

Beta é mulher de “Facadas” Canhoto. Após 35 anos a “alternar” e a dançar no Bar Sedução, decidiu “arrumar as chuteiras”, que é como quem diz guardar as “melancias” no soutien. A vida de mulher casada já não se coadunava com aquele tipo de vida.
Inna Shoshanova conheceu Beta no seu anterior emprego. Veio directamente da Moldávia para fugir ao frio e também ao marido, que insistia em querer fazer dela campeã olímpica de lançamento do peso. Chegada a Portugal encontrou refugio no Bar. Os parcos conhecimentos de português afastaram-na do alterne, a barba espessa e os bicípites de 50 cm afastaram-na da passerelle. Acabou por ficar como segurança, sendo despedida dois meses depois por excesso de violência para com os clientes.
Estas duas grandes mulheres (grandeza humana e especialmente física) decidiram dar um novo rumo à sua vida. Montaram um Sociedade de Apostas que denominaram por Beta & Inna.
De momento as apostas podem recair sobre a Liga de Futebol Amador dos Arredores da Ilha do Rato (denominada agora Liga Beta & Inna) e sobre os inter-sociedades em chinquilho olímpico As apostas desta semana já estão disponíveis e afixadas nos locais do costume: Barbearia do Francês, Tasca do Azedo e nas embalagens dos Talhos Torre do Lombo.

sábado, fevereiro 04, 2006

Glamour em Corrente

O Francis, senhor dum estilo único, capaz de transformar em fogueira ardente o mais gélido coração feminino, tomou a sábia e corajosa decisão de me ligar a uma Corrente.
Tenho então que enumerar 5 hábitos pessoais únicos da minha pessoa. Confesso que pedi ajuda à minha Anuska. Não resultou. É que eram apenas 5 hábitos ou manias (e não 50!!!) e convinha que alguns deles fossem abonatórios e também que não fossem… como hei-de dizer… do foro mais intimo.
Então, após profunda reflexão temos:
  1. Gosto de nabos crus. De batata doce crua também;
  2. Nunca chego atrasado (quando dependo apenas de mim para isso);
  3. Mexo o açúcar no café de forma estranha (nunca percebi como… é o que todos dizem);
  4. Reproduzo canções conhecidas, em jantares, recorrendo apenas a duas colheres de sopa (um verdadeiro artista!!!);
  5. Faço a barba com um pincel que pertenceu ao meu bisavô (há quem já não veja naquele objecto um pincel);

Agora vou passar isto a mais cinco clientes, que ficarão ligados a esta Corrente de Glamour Blogosférico:

  • Suga-mentes – Para além de fã dos I-Glamour que outras excentricidades terá?
  • Copa-rota – Ser tripeiro e do Sporting é a sua única coisa estranha?
  • Orfeu – Que hábitos tem este mestre da sensibilidade e do romantismo?
  • Binoc – Que homem se esconde por detrás do Grande Guru?
  • Tita – Será que esta grande senhora nos irá surpreender com alguma revelação bombástica?

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Entrevista com Mister “Facadas”

Depois de mais uma humilhante derrota do Fonte Pratense Futebol Clube para a Taça Confraternização e Amizade, desta feita frente aos Taxistas de Alhos Vedros, chegámos à conversa com o técnico da equipa, “Facadas” Canhoto.

Talk Talk – Então Mister, o que correu mal desta vez?
“Facadas” – O que correu mal?! Então não viste pá… o árbitro ou era ceguinho ou estava a dormir.
Talk Talk – Mas isso explica os 11 golos sofridos? Foi tudo culpa do árbitro?
“Facadas” – Não. Também houve alguma descompressão táctica da nossa parte. Repara no seguinte: O Zé Pipas era para jogar a líbero, mas a descair para o lado esquerdo por forma a compensar a bezana do nosso defesa direito. Mas não. Em vez disso dedicou mais de metade do tempo de jogo a aliviar as tripas da feijoada do almoço.... Mas nem tudo foi negativo. O Shaka fez uma excelente segunda parte. Foi pena ter que sair aos 55 minutos para apanhar o último autocarro para o Vale da Amoreira. Aquele sprint final, quando viu o autocarro chegar e desatou a correr, só não deu golo porque a paragem ficava na direcção da nossa baliza.
Talk Talk – E agora o jogo para a Liga Beta & Inna, como vai ser frente aos Unidos da Recosta?
“Facadas” – É uma equipa que eu respeito imenso. A goleada com que nos brindou na 1ª volta é um sinal de que devemos ficar atentos. Mas agora é em nossa casa e cá mandamos nós. Temos que ser mais criativos com a bola, acarinhá-la, tratá-la como a uma bela mulher. Para a táctica estou a pensar num 3-4-1 em ataque descontinuado, com o Azenhas a marcar directamente o árbitro e o Shaka a jogar nas duas linhas laterais, seguindo os movimentos dos fiscais de linha, garantindo que os nossos apanha-bolas possam fazer aquilo que melhor sabem: mandar isqueiros, moedas e cascas de tremoço para cima do guarda-redes adversário.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Pedagogias

Quando o Engenheiro Silva acabou de escrever no quadro, julgou sentir a energia de todos aqueles alunos, ávidos de conhecimento, com vontade de sugarem toda a sua experiência adquirida ao longo dos anos no interior de laboratórios cavernosos ou em livros de biblioteca com cheiro a mofo.
Começou a ter algumas dúvidas a esse respeito ao reparar na janela aberta (talvez fosse disso o arrepio que sentiu na espinha) e quando ao olhá-los de soslaio, notou as suas expressões amorfas e os seus olhares inexpressivos.
Haviam no entanto dois alunos que lhe causavam maior curiosidade. Dois tipos altos, que olhavam para aquele quadro como se estivessem a ver uma Nave Espacial de Invasores Extraterrestres prestes a aterrar na Terra. Abeirou-se dos jovens e disse:
- Já dou aulas à vinte e tal anos. Vejam que até nos Estados Unidos eu dei aulas. E nunca senti o que estou a sentir agora a olhar para vocês dois…
- E o que é Professor? – Perguntou curioso um dos alunos.
- É uma incapacidade total para interpretar no vosso olhar se vocês estão a perceber isto que eu estou a dizer ou não.
Os dois alunos sorriram. Talvez o primeiro sorriso na sua frente em três anos e quatro disciplinas depois. O professor viu-lhes os dentes pela primeira vez. Sentiu-se motivado pelo sucedido e contou uma anedota. Ninguém riu, poucos sorriram mas todos a compreenderam.
Pela primeira vez o Professor vislumbrou no olhar daqueles dois enigmáticos alunos uma expressão diferente e disse:
- Então meus senhores… não me digam que não perceberam a anedota?