quarta-feira, março 29, 2006

Porque a bola é redonda… A Táctica

Cada treinador de futebol, perante a matéria humana que possui, as fragilidades do oponente, a qualidade do terreno de jogo e a altura da maré, define a melhor táctica possível para tentar levar de vencida a equipa adversária.
É isso que eu faço. Pessoalmente e salvo alguns percalços de última hora (como o caso do burro do Ti’Bezana que não parava de pastar no Campo do Brejos, junto ao grande círculo) eu gosto de jogar em 4-3-3 em pressão baixa, sempre pronto a lançar os contra-ataques baseados no “poder de tiro” do Manel Chico, o nosso trinco. Cada “lasca” do Manel é uma verdadeira bomba secreta e letal. Secreta porque não é acompanhada de qualquer efeito sonoro, dando-se a conhecer apenas quando os seus odores atingem as narinas dos adversários, ou seja, tarde demais para reagir. Letal porque até as ervas que crescem, num raio de 40 metros no pelado do Estádio do Lombo, desfalecem murchas aquando da descarga.
Por vezes esta táctica transforma-se num 4-2-3. A dose de feijoada à transmontana que é administrada ao Manel, 15 minutos antes do início do jogo, possui efeitos secundários, provocando-lhe uma prolongada ida aos balneários, que é como quem diz uma frenética corrida na direcção do monte de entulho, depositado nas salinas ali ao lado.
Por vezes sou incompreendido. Pelo público que nada percebe de futebol, não vendo que por vezes, mesmo perdendo por 7 golos, o mais importante é o trabalho brioso realizado pela equipa. Os próprio jogadores também se queixam. O Shaka não consegue perceber porque é que eu o obrigo a jogar sobre a linha, fazendo marcação serrada ao fiscal de linha que acompanha o nosso ataque. Mas que raios… como é que ele queria que o Zé “Brutaganhas” fugisse ao fora-de-jogo com duas canadianas e uma lata de cerveja na mão?!

Crónica de “Facadas” Canhoto, Treinador de Futebol



Nota: Rebel Seducer, membro da maior banda de punk rock chármico do Universo e colaborador do Blog (há quando tempo não escreves tu, pá?) faz hoje anos. Parabéns meu Australopiteco dos Bosques, este post é um presente para ti (sem o cheiro das "bombas" do Manel Chico).

segunda-feira, março 27, 2006

Talk´s Show – Anuska Talk (por detrás de um grande homem)

Há uma crítica que é feita aos Talk Shows, que são realizados e transmitidos um pouco por todo o mundo: são grandes lobbies onde se convidam amigos e conhecidos.
Não é que concorde em absoluto com isso, mas para contrariar tal teoria, convidei alguém totalmente insuspeito para o programa de hoje, a minha mulher!!!!
Raramente vem ao Blog dos I-Glamour, não tem qualquer Blog nem imagina o quão é fácil criar um, talvez nunca venha a ler o que aqui ficará escrito (o que é bom, dá para alterar se a coisa não correr bem!!!) e… risse sempre que lhe digo que ainda vamos ficar ricos à custa disto.


Talk Talk – Qual a tua opinião sobre o Blog I-Glamour?
Anuska – Acho que já mudavas as imagens…
Talk Talk – O Template?
Anuska – Sim… isso mesmo.
Talk Talk – Porque é que não costumas visitar o Blog dos I-Glamour?
Anuska - Já tenho que aturar as tuas pancadas ao vivo e a cores… ainda queres que as veja escritas?
Talk Talk – Não estás a colaborar assim muito… lembra-te que há pessoal que vai ler isto e assim…
Anuska – Ah está bem… é porque não tenho muito tempo… eu até gosto daquilo que tu escreves e isso… até tens um certo jeito.
Talk Talk – Então qual foi o texto que escrevi que mais gostaste?
Anuska – Isso eram aqueles que me escrevias enquanto namorávamos… aqueles que nunca mais escreveste, que não eram sobre baboseiras…
Talk Talk – Qual o teu membro preferido dos I-Glamour?
Anuska – Essa é fácil. É o Mr. Stylish.
Talk Talk – Hum?! Porquê?!
Anuska – Porque é o único que não canta!!
Talk Talk – Tens ciúmes das fâs?
Anuska – Das quê?! Ahahahahahahahaha…
Talk Talk – Ok. Para lá com isso que ainda ficas com dor de barriga. Sabes que há uma personagem aqui inventada que foi inspirada em ti?
Anuska – Quem?
Talk Talk – O Licínio Chispes…
Anuska - O quê?!!! (reacção após perceber quem era Licínio Chispes)
Talk Talk – Calma. Não te enerves queridinha. É só porque ele tem alguma dificuldade com os provérbios populares…
Anuska – E o que isso tem a ver comigo?! Eu não tenho nenhum problema com isso. Uma verdade muitas vezes repetida torna-se numa grande aldrabice!
Talk Talk - …

sexta-feira, março 24, 2006

Porque a bola é redonda…

“Facadas” Canhoto, treinador principal do nosso Fonte Pratense, vai iniciar aqui uma rubrica semanal sobre futebol. Os seus vastos conhecimentos sobre a matéria assim o exigiam, bem como o patrocínio das Bancas de Coirato Canhoto no nosso blogue.

“Quero agradecer este convite que me foi endereçado pelos I-Glamour, que muito me orgulha, embora ache que é mais do que justa, tal a panóplia de assuntos da bola que posso trazer a este espaço, enriquecendo de sobremaneira a cultura futebolística dos caros leitores.
Hoje queria falar da questão da arbitragem, tão em voga nos últimos tempos e para a qual eu tenho a solução. Para mim baniam-se os árbitros do futebol. Claro que isso traria alguns aspectos negativos, tínhamos as tascas, cafés, barbearias e certos blogs do nosso país transformados em verdadeiras morgues, tal o silencio sepulcral que seria instalado nesses espaços, resultante dessa acção. Já para não falar no atrofiamento irreversível dos cérebros da espécie humana, em três ou quatro gerações estávamos todos transformados em repolhos, a comunicar como as baleias, por Código Morse.
Portanto a solução passa em parte por arranjar algo que seja motivo de conversa, mas trazendo a verdade desportiva ao mundo do futebol. E a solução meus caros é… a utilização de espantalhos. Primeiro são cegos, e a justiça é cega, depois jamais irão usar o apito inadvertidamente (aliás… em principio jamais usarão o apito), parecem-me muito difíceis de subornar (pelo menos não sei o que fariam com o dinheiro), deixarão certamente o jogo fluir (ao melhor estilo inglês) e convínhamos… criarão grande polémica, já estou a ver as conversas do dia seguinte: “Aquele espantalho pá… fartou-se de errar, o gajo nem se mexia, como é que podia acompanhar os lances? Isto é um roubo de igreja!!”, “ É impressionante, ficaram 14 penaltis por assinalar e ainda por cima o gajo estava sempre com aquela cara de parvo, de braços abertos a olhar para o público, os da outra equipa estão a ser levados ao colo!”.”
E porque hoje é 6º feira... estou na Cidadela

quinta-feira, março 23, 2006

Geração Abelha Maia

O Nuno “Mosh” é um rapaz da minha geração. Nunca andámos na mesma turma mas fomos andando nas mesmas escolas. Pelo menos até ao 9º ano, altura em que os neurónios do Nuno meteram férias e o fizeram ficar a marcar passo uns anitos. Ao longo da nossa infância e pré-adolescência fomos fazendo parte das mesmas brincadeiras de rua, uma vez que morávamos relativamente perto um do outro.
Vi-o na semana passada, junto ao café Esquina, antigo local de peregrinação da nossa geração durante a infância, devido à Abelha Maia mecânica que por ali se encontrava nos primórdios dos anos 80.
- Então Talk, tudo bem contigo pá?
- Tudo fixe Mosh, e tu?
- Também… também, os anos passam chiça, parece que ainda ontem andávamos a jogar à bola aqui na rua e agora… estamos a ficar velhos!!
“ Vai-te mas é lixar” pensei eu, “estás tu a ficar velho, eu não, olha-me para essa careca e para essa barriga… chiça… parece que engoliste uma bola de basquete!!!”
- Não estamos nada a ficar velhos – exclamei então – estamos é a ganhar charme.
- Charme!! Ahahahaha – riu-se ele, mostrando os dentes, ou melhor a falta deles – Com esta barriga? Nada disso.
- Pois… mas a juventude está no espírito, é que eu cada vez estou melhor, estou mais maluco do que quando tinha 15 anos…
- Estás? – Perguntou espantado o “Mosh”. – Mas casaste não foi?
- Sim casei… e depois? Tu também casaste certo?
- Sim. Há que estabelecer prioridades… casar ou maluquice, não é?
O toque polifónico do telemóvel 3G do Mosh pôs fim à conversa. Despedimo-nos e seguimos o nosso caminho.
Os neurónios do tipo ainda não tinham voltado de Armação de Pêra, não percebeu onde eu queria chegar, nem sabe lá muito bem o que são prioridades. Conservar um espírito jovem não é incompatível com casar, ter filhos, ter um cargo importante. Agora… optar pela compra dum telemóvel topo de gama e depois ter uma boca que parece as teclas dum piano (se a proporção entre teclas brancas e pretas fosse inversa ao que é) isso sim é estabelecer uma prioridade. Errada, mas uma prioridade.
Façam o favor de se inscreverem aqui.

segunda-feira, março 20, 2006

Talk´s Show – Orfeu, onde as Ruas não têm nome!

O Homem Mistério acedeu e veio aos I-Glamour revelar-se. Dotado duma sensibilidade gigantesca, prefere manter o low profile no mundo blogueiro, criando em seu redor uma áurea enigmática. O seu talento, o estilo mistério e o romantismo que o caracteriza, criou uma mistela explosiva. A legião de fâs especialmente entre o sexo oposto, (ele não concorda mas… que se lixe, o programa é meu!!), tornou-se gigantesca. É vê-las a ler e chorar por mais, como se em cada palavra bebessem o néctar dos deuses, como se em cada frase se elevassem aos céus, como se em cada texto comessem… um chocolate suíço.

Talk Talk – Orfeu, a nossa amizade já dura há mais de 10 anos… para ti qual o segredo por detrás desse facto?
Orfeu - 10 Anos? Já? Parece que foi ontem… quando já tu eras um homem e Eu um mero adolescente…
Qual o Segredo? …Poderei dizer que é uma bênção conhecer-te...um amigo fabuloso com características fora do comum, muito mais nos dias de hoje. Para quem não te conhece, posso dizer que é impossível resistir a alguém sonhador, romântico, bondoso, sincero, humilde, com honra de palavra, honesto, inteligente e de uma simpatia extrema, para não falar na "loucura" saudável que te caracteriza e espelhas tão bem nos I-Glamour.
Resumindo e Concluindo o segredo da nossa Amizade és apenas Tu meu amigo…só Tu e a pessoa que és…tens a capacidade de fazer aparecer em cada um de Nós o melhor que temos para dar…um “Dom”? Não sei…para mim tu é que és o “Special One”.

Talk Talk – Como é que consegues ter uma legião de fâs femininas no teu Blog? É que eu já tentei aqui nos I-Glamour e népia…
Orfeu - Não é bem assim...enganas-te meu Amigo (melhor… não é bem esse contexto) não se trata de fãs, muito menos femininas. Primeiro existem muitos homens a comentar nas Ruas, homens e mulheres de todas as idades...agora… se pensarmos no contexto das Ruas: um blog de Amor, Amizade, Dor, Sentimento...um blog bastante sério...aí sim vês a tendência, a predominância lógica da sociedade em que vivemos… Quem tem mais ou menos “receio” de se expor… Quem são as pessoas e/ou como a sociedade nos “deixa” ser…As mulheres, neste contexto, tendem a ser efectivamente mais sensíveis nestes temas...os homens nem tanto, até podem ser...e existem muitos mas… não expõem tanto os seus sentimentos, ou não convém…Não sei se estas a entender?

Talk Talk – Hum hum…
Orfeu - Como por exemplo, tu próprio...és um romântico inveterado...mas não tens um blog em que expões esses teus pensamentos...
Segundo não podemos apelidar de fãs, porque somos todos iguais, pessoas que escrevem aqui e além e que partilham escritas, sentimentos e pensamentos...(tal como aqui mas com outro assunto, outro “Mundo”)…digamos que somos apenas "amigos" que trocam experiências, somos pessoas que gostam de ler e escrever por nada em troca, apenas por gostar sem qualquer razão…a não ser uma partilha, compreensão…enfim, uma opinião…a minha…como vejo os blogs.
No teu blog os “Amigos” são outros, ou maioritariamente diferentes (só o Copa Rota e a Tita é que por exemplo vão aos nossos dois blogs tão diferentes…).
Os I-Glamour são isso mesmo diferentes...irreverentes, loucos...mistura a Televisão, Radio, Humor, Politica e Vida... uma espécie de Arte Revolucionaria....não sei…talvez ao bom estilo ZooTV e Zooropa dos U2.

Talk Talk – Qual o teu membro dos I-Glamour favorito?
Orfeu - Da banda, sinceramente, é o Talk Talk...porque é a Alma de tudo isto...quem mais se não tu que escreves, interpretas e vives no mundo real muito do que aqui é escrito (mal as pessoas sabem)…
....És tu Talk, sem dúvida, embora tenha um carinho especial pelo Mr.Stylish, por ser diferente dos outros em tudo...mas mesmo assim compreendido e aceite pelos outros…

Talk Talk – Diz-se à boca cheia (o Crazy Charm adora falar enquanto come coiratos) que o Stylish, cuja face nós nunca vimos porque como tu sabes (melhor que ninguém!!) anda sempre de costas, é nem mais nem menos do que tu próprio. Tem fundamento este boato?
Orfeu - Existem muitos boatos por aí...Sabes há quem diga que o Crazy Charm é o Chisel do Twilight, que tu és o Boris Becker, ou que jogas como ele; Que tens um pé esquerdo como o do Figo, ou que “tens” a cara do Brad Pitt.
Poderá ser um pouco de tudo isso...embora de todos vocês da banda certamente que o que se parece mais comigo, pela diferença em relação aos outros é o Mr.Stylish...agora do parecer a ser...Não sei…poderá ser um boato, uma lenda ou talvez um mito...talvez...

Talk Talk - E agora… projectos para o futuro?
Orfeu - Não sei sinceramente...Por vezes adoro escrever, outras vezes esgota-me; por vezes gosto de fazer o que faço dia após dia, outras detesto...não sei…uma sensação de eterna procura, conhecimento, vida que pode levar para todos os caminhos...todas as direcções ou Ruas que nem Eu próprio sei quais…Mas uma coisa sei...os teus...o teu enorme talento deverá ser explorado para te levar longe...bem longe …pensa nisso a sério.

sexta-feira, março 17, 2006

O Zé Bolha e o poster da Sabrina

Todos tínhamos heróis na nossa infância. Ícones daquilo que queríamos vir a ser quando fossemos grandes. O meu era o Zé Bolha, o maior jogador do “Espeta” de toda a zona ribeirinha, a norte da Estrada Nacional nº 11, desde a Estação de Comboios do Lavradio até à passagem de nível da Baixa da Banheira. Para lá daí o rei e senhor dessa nobre arte já era outro… um tal de Botas, figura que nunca cheguei a conhecer.
Naquela época as horas pareciam demorar mais tempo a passar. A Floresta da Fonte das Ratas ainda existia, os putos, que se fartavam de correr, jogar ao pião, à bola, à apanhada … ainda não eram gordos, pelos menos tanto como aqueles putos americanos que apareciam nos filmes a comer uns hambúrgueres numas estranhas carcaças.
Era na Fonte das Ratas que o Zé Bolha desenvolvia a sua arte, treinando-a até à exaustão. Com um varão de aço, que não teria mais de 15 cm, lá ia ele lançando-o ao chão, espetando-o no terreno arenoso com uma destreza impressionante.
O Zé seria à época um adolescente com mais 4 ou 5 anos que eu. Certo dia aproximei-me dele e desafiei-o para um jogo. Sabia que teria poucas hipóteses mas seria uma oportunidade para treinar com alguém que era melhor que eu. Ele riu e aceitou o desafio com uma condição, se vencesse ficava com o poster da Sabrina em topless que eu trazia (religiosamente) na mão. Se perdesse (quando proferiu a palavra sorriu maliciosamente), diria a toda a gente que finalmente tinha sido batido e que então seria eu o grande jogador do “Espeta”. Aceitei o desafio. O jogo até nem começou mal, consegui conquistar cerca de 1/4 do circulo desenhado na terra, mas a experiência do Bolha era enorme, em três tempos conquistou o “Mundo” e venceu-me. Fiquei desolado. Não pela derrota mas por ter que me despedir da Sabrina. É então que sou surpreendido pela afirmação do Bolha: “Deixa lá isso miúdo. Fica lá com a tua Sabrina. Eu até prefiro a Samantha Fox”.
Mais um a preferir as loiras. Aliás a sua preferência mantém-se. Ainda ontem o vi. Ele nem me conheceu. Lá ia de mãos dadas com a Sónia, a Miss Volúpia 91. Mas essa é uma outra história.

quarta-feira, março 15, 2006

Talk´s Show

Está mais que na hora de lançar uma brisa de ar fresco neste Blog. Não é que o cheiro dos pés do Licínio Chispes, ou o mau hálito do Ti Bezana (há tanto tempo afastados destas lides) já não tenham passado, mas a verdade é que este espaço nunca teve tão perto de terminar como hoje. E como eu não sou gajo para desistir de nada, urge tomarem-se medidas drásticas.
Por isso… tive a ideia de iniciar um Talk Show. O trocadilho com o meu nick é “qualquer coisa de extraordinário” e depois é só fazer perguntas e esperar que os meus entrevistados digam qualquer coisa de jeito. É por isso que conto com vocês!! Aguardem por noticias minhas nos vossos blogs ou mails. A primeira vitima à séria vai ser o Orfeu das Ruas sem Nome! Por agora deixo-vos com uma das personagens que nos visitam de quando em vez, o grande Zé Caxias. Chamemos-lhe então de… episódio piloto.


Zé Caxias aparenta 50 anos de idade, tem oficialmente 62 mas nasceu há cerca de um ano atrás. Amante da boémia, alucinado, pinga-amor, marinheiro de água-doce, dançarino inveterado, inventor do estilo de dança Caretas Groove nas pistas da Kleópatra. É inspirado num tio meu.
Talk Talk – Zé Caxias, é conhecido nestas bandas por Barão da Ilha do Rato. Quer-nos explicar porquê?
Zé Caxias – Olha o puto!! Então oh Talk que raio de pergunta é essa pá? Então não sabes porquê? Deves estar a armar-te em parvo, deves.
Talk Talk – Eu sei mas quem lê o Blog pode não saber. Isto é um programa para elucidar as pessoas…
Zé Caxias – Se querem elucidação que comprem uma enciclopédia como deve de ser que vem lá tudo. Está lá tudo escrito.
Talk Talk – Oh Zé, desculpe lá mas não foi isto que combinámos. Era suposto você colaborar…
Zé Caxias – Então faz perguntas de jeito! Pergunta-me por exemplo ao que se deve este meu sucesso estrondoso com as mulheres.
Talk Talk – E qual é a razão desse sucesso?
Zé Caxias – Humildade, trabalho, aliás muito trabalho e chá de pau de cabinda.
Talk Talk – Chá para estimular a sua potência sexual?
Zé Caxias - Não rapaz. Eu não tomo essas tretas. O Chá é para elas.

sexta-feira, março 10, 2006

O Segredo da Montanha da Espinha Quebrada – Uma história portuguesa

Zeca “Barbeiro” e Asdrúbal Azeitona decidiram criar uma sociedade. Compraram uma lojeca num Centro Comercial da Linha e montaram um Cabeleireiro. Zeca, como a alcunha indica, era barbeiro de profissão em Arronches. Estava farto de aparar patilhas e cortar pêlos do nariz a tipos que cheiravam pior que os porcos da pocilga da Ti Maria. Asdrúbal toda a vida tinha cuidado de animais. Dava de comer a galinhas, tosquiava ovelhas, assistia a partos de cabritos, tratava de cascos a burros e machos… enfim, achava-se preparado para se tornar manicuro e pedicuro das mais exigentes Tias de Cascais.
A coisa de inicio até ia resultando. Muita clientela, dinheiro a entrar. Mas ao fim de alguns dias, a coisa começou a piorar. As unhas encardidas do Asdrúbal e o cabelo seboso do Zeca eram indícios demasiadamente fortes, mesmo perante o provérbio “em casa de ferreiro, espeto de pau”. Foi um cabeleireiro concorrente a dar com a língua nos dentes, lançando o boato. Em poucos dias já andavam a rolar histórias de que os amigos não dormiam juntos, que aquelas estranhas coisas que saiam pela camisa do Zeca eram pêlos do peito, que os Asdrúbal tinha feito uma proposta indecente a uma cliente, que tinham sido vistos a beber vinho tinto pelo gargalo dum garrafão.
Já com a indicação de “Trespassa-se” na montra e prontos a voltar à sua antiga vidinha entrou uma cliente a pedir umas extensões. Zeca acedeu e começou o trabalho. A cliente mostrava-se algo constrangida, notava-se que trazia alguma na manga. Após respirar fundo a senhora lá conseguiu dizer a pergunta que tinha entalada na garganta:
- Desculpem-me eu fazer esta pergunta mas… é verdade que vocês os dois são heterossexuais?
Zeca coçou a cabeça, olhou para o Asdrúbal com ar de espanto e disse:
- Nós!!! Nem pense nisso. A gente não quer nada com essa gente. Nós não gostamos de atracar de popa!!
Há frases que valem oiro. Esta valeu-lhes a recuperação do negócio, pelo menos por mais umas semanas. Ainda bem para eles que a senhora não percebia muito de marinharia!

E porque hoje é 6ª feira...

É dia de "postar" na Cidadela.

quarta-feira, março 08, 2006

Adeptos de Futebol

Sou adepto do Fonte Pratense Futebol e Chinquilho. De longe o maior clube de toda a freguesia de Alhos Vedros. Ser do Fonte Pratense é ser melhor, nadar como a tainha (símbolo do nosso clube), lutar por todas as conquistas, no fundo ser diferente.
Os nossos arqui-rivais, cujo Nome Não Se Menciona, são tudo uma cambada de grunhos que não interessa a ninguém, que nem merecem ser considerados seres-humanos. A não ser aqueles que são fâs da nossa banda, ou o caso de um dos meus chefes, ou o meu primo Zeca, ou ainda os meus dois parceiros do dominó… enfim, toda a malta amiga que teve infelizmente esse terrível momento de mau gosto.
Ontem foi dia de derby. A verdade desportiva foi completamente escamoteada. O árbitro levou os gajos ao colo. Pelo menos três deles. Os bombeiros não trouxeram macas e o juiz do desafio era o único com “caparro” para transportar aqueles bisontes gordos para fora das quatro linhas.
O Shaka marcou dois golos que foram vergonhosamente anulados. Um por fora-de-jogo que ninguém viu a não ser o fiscal de linha (estávamos todos entretidos a lançar tremoços e caricas ao guarda-redes adversário, nem demos por nada). O outro por uma suposta falta do nosso avançado sobre o defesa-central deles, quando toda a gente viu que foi ao contrário. O tipo é que agrediu brutalmente à cabeçada a biqueira da bota esquerda do nosso jogador!!
O resultado final cifrou-se num empate a zero. As defesas superiorizaram-se aos ataques, ou como disse um companheiro meu de bancada: “As equipas atarraxaram-se uma na outra”.

terça-feira, março 07, 2006

A origem dos nomes de terras cá da zona

Moita – Era uma vez um moinho puxado por uma vaca. A vaca chamava-se Tá. O dono da Vaca, e do moinho, passava o dia a dizer: “Moí Tá, Moí Tá.

Baixa da Banheira – No tempo em que os mouros dominavam a região (segundo o Pinto da Costa ainda dominam), havia um tipo mouro que tinha trazido um cavalo árabe de nome Dabanheira. O tipo era bastante pequeno e sempre que queria montar o cavalo exclamava: baixa Dabanheira, baixa!!

Alhos Vedros – No local onde hoje existe a vila de Alhos Vedros existia uma pequena aldeola de nome desconhecido. Não há aldeola sem uma mercearia. O merceeiro chamava-se Vedros e era surdo que nem um pneu!!! Sempre que o pessoal lá ia às compras e pedia alhos ele dizia: “O quê? Não percebi. Disse alhos ou bugalhos?”. Ao que lhe respondiam: “Alhos, Vedros! Eu disse alhos!

Coina – A terra inicialmente chamava-se Vaigina. O nome foi-se vulgarizando e hoje é conhecida por Coina.

Lavradio – Um tipo trabalhava na agricultura, lavrando a terra com o seu burro de nome Dio. O homem não se cansava de exclamar: “Lavra Dio, lavra Dio”.

Arroteias – Local onde na idade média se realizavam concursos de arrotos. O nome ficou para relembrar esses tempos áureos.


Tudo isto é ficção, com a excepção duma das terras, onde segundo a lenda a coisa se passou mesmo assim. Conseguem adivinhar qual é?

sexta-feira, março 03, 2006

A colaborar na Cidadela

Agora às Sextas-feiras podem encontrar-me na Cidadela dos Incultos. Um Blog criado pelo seu Guardião, que decidiu convidar um grupo de pessoas para escrever no seu espaço.
Aqui sempre dei ênfase ao humor, por vezes sem sentido, por vezes com uma pontinha de crítica. Na Cidadela irei tentar fazer as coisas um pouco ao contrário, com uma critica explicita e uma pontinha de humor. Não se esqueçam de aparecer por lá.

quinta-feira, março 02, 2006

O Carnaval Celta em Portugal

O tema em si encerra vastas considerações. Como não temos tempo, resta-nos contar um episódio ocorrido algures no ano 42 a.C., no território hoje conhecido por Portugal, mais concretamente na Mealhada.
O luso território era então ocupado pelo Império Romano, que impunha as suas leis e costumes. No entanto o povo, de profundas raízes celtas, teimava em manter as suas tradições, entre elas o jogo da malha, o bacalhau cozido e claro… o Carnaval.
Eram meses e meses a fio a preparar tudo, desde fatos de fantasia, carros alegóricos, coreografias. Tudo tinha que estar preparado para quando chegasse a altura a coisa fosse em grande!!
A rainha do Carnaval desse saudoso ano foi Cleópatra, a Egípcia. O Rei foi um tal de Marcus, estrela das Novelas do Coliseu de Roma e sobrevivente dum Reality Show, onde teve que viver durante três anos dentro duma jaula com dois tigres da Malásia, um Bretão gay e um Legionário com traumas de guerra.
Dos carros alegóricos levados ao desfile, houveram dois que deram mais nas vistas: Um em forma de navio nórdico, cheio de indivíduos mascarados de Bárbaros Escandinavos a beber cerveja e a lançar serpentinas para o público. O outro era uma nau grega, com remadores etíopes a serem chicoteados por um tipo gordo e careca. Uma grandiosa orgia na proa, num estilo muito hardcore, completava o cenário.
Para além disso pode-se ainda realçar os Cabeçudos que desfilaram com caricaturas do César, do Asterix, do Aristóteles, do Sócrates e do Cavaco, ao som de rufos e gaitas, tocando hits da época como o “Tu pensas que o bagaço é água” ou o “Mãezinha eu quero!”.

quarta-feira, março 01, 2006

Consultório de Sexologia II

“Olá Talk Talk, tenho uma namorada que é louca por sexo, para além de ser uma mulher que provoca imensos olhares da parte dos homens. Mas eu não sinto vontade de fazer o amor. Nego frequentemente o aconchego do seu corpo. Será que sou gay?”
Ricardo,26 anos, Margem Sul

Talvez não sejas gay, não desanimes ok? Por outro lado é quase certo que és cabrão.


“Amigo Talk, sou grande fã dos I-Glamour. Tenho um grave problema. Sempre que me sento no sofá, esmago o meu abono de família, coisa que me causa grande transtorno. Será que tenho bolas muito grandes? O que poderei fazer?”
Anónimo, Montemor-o-Novo

Começo por responder-te com uma pergunta? Já jogaste ténis? Se sim ou se já agarraste numa bola dessa modalidade faz o mesmo com um dos teus testículos. Se concluíres que a bola de ténis é de dimensão superior então não há nada de errado contigo (desde que eles sejam maiores do que um berlinde), se acontecer o contrário… bem …senta-te no sofá de pernas abertas.


“Meu querido Talk Talk, sonho dia e noite com o Crazy Charm, estarei grávida?”
Anónima, Lisboa”

Não, mas o teu cérebro está todo carcomido!!!