quinta-feira, junho 30, 2005

David Chelas - Gorila na Bruma

O Jogo da Sedução tem as suas regras. Não é fácil jogá-lo, não é fácil transpor o deserto que separa o brejeiro e quotidiano engate da pura arte do glamour. É por isso que existem pessoas como David Chelas, homens que atravessam esse deserto de inspiração. Noctívago, homem rude, culturista, estucador, pescador de tainhas, porteiro da Discoteca “Bruma”, vendedor de suplementos alimentares e outros produtos.
Temo-lo hoje connosco para uma conversa amena cheia de esplendor intelectual:
T.T. – Agradeço a tua presença neste espaço e pergunto-te o seguinte: Como é ser porteiro de Discoteca?
D.C. – É nice estar aqui contigo. Ser porteiro de Discoteca é nice. Um gajo pode exterminar o stress adquirido no dia-a-dia no ginásio partindo uns cornos de vez em quando.
T.T. – Ouvi dizer que tens métodos novos na abordagem aos clientes?
D.C. – Yah! Deixo entrar toda a gente lá para dentro, preocupo-me é com as saídas. Aliás, é esse o método dos cães de guarda. Toda a gente pode entrar em casa, sair é que não. É o chamado método do contra-prevenção, deixa-se acontecer a espiga e depois pimba: castanhada da grossa para acalmar as hostes.
T.T. – Mas como actuas concretamente?
D.C. – À saída da Disco ninguém pode vir lá de dentro de ténis, sem acompanhamento feminino, ou em estado de embriaguez aparente, nem é permitido sair quando a casa está cheia e claro, quando estou chateado ninguém sai sem cartão de cliente.
T.T. – E como é a tua relação com o sexo oposto (diz-se que és um grande sedutor)?
D.C. – É fixe. Menos quando ando a treinar para secar. Aí as coisas correm menos bem, os comprimidos têm alguns efeitos secundários…a bandeira fica tipo a meia haste.

quarta-feira, junho 29, 2005

"Facadas" Canhoto - Amor à vista!!

O Amor lançou amarras em “Facadas”. O nosso poeta popular de invulgar talento foi apanhado pela seta ardente do Cupido. Diz quem sabe, que a nova dona do palpitante coração é a fogosa Berta, a madura bailarina exótica do Bar “Segredos” nas Arroteias. O início deste romance épico foi relatado neste Blogue no pós-revolução das Tainhas. Agora cresceu uma exacerbada relação, alicerçada na amizade, no carinho, no respeito e muito especialmente no irracional fetiche de “Facadas” por seios descomunais que fazem lembrar melancias do Entroncamento.
Fala-se em casório. Talvez para o fim do ano. Os i-glamour encarregar-se-ão do apoio musical. Os “comes e bebes” serão patrocínio da Tasca do Azedo. O local do convívio será ao que tudo indica a propriedade de Zé Caxias na Fonte da Prata. Os cerca de 50/60 convidados serão dispostos nos 15 metros quadrados da propriedade em mesas circulares principescamente decoradas com o glamour que a ocasião exige, não faltarão os pratinhos com alcagoitas, com pevides, o vinho carrascão e principalmente a deslumbrante vista sobre o rio Tejo, que na maré-alta invade a propriedade. Após a festa os felizes noivos partirão em Lua-de-mel para parte incerta. Fontes próximas do casal afiançam que o local escolhido para as merecidas férias adocicadas é a Trafaria, numa moradia rústica, construída em madeira e fibrocimento, propriedade de Zeca Mendes, primo e padrinho de Berta.

segunda-feira, junho 27, 2005

Os verdes anos da rebeldia

Ao ler as ultimas dicas do meu amigo Pedrito Bodega não posso deixar de complementar alguns temas que me são muito queridos destes rapazes. É com lagrimas nos olhos que eu tambem falo nestes rapazes, porque eles estao na origem do despertar em mim da minha rebeldia, pois ao ouvir temas como "Na minha Zundap..." ou "Sássá a velha coirão" eu corria todo o concelho do Barreiro assustando pombos e cães que á passagem da minha bomba de 2 rodas fugiam como podiam pois a poesia que zurrava do escape era demais para os seus ouvidos. Fui rei e senhor em cima da minha mota até ao dia em que ma roubaram (o meu presssiosso tessssouro). Sim ma roubaram, malandros, urdinários, xuis dum c****o, porque eles podem dzre que num tinha condições de segurança, mas o facto de não ter velocimetro, fazer um barulho de avião e deitar mais fumo do que o parque da quimigal todo não é desculpa para mim.

As dicas de Pedrito Bodega - Os Bicho Boys

Hoje bandas como os i-glamour ou os Ping Fluido dominam a cena local, transportam com eles a tocha da musicalidade moderna, carregam o fardo de serem o exemplo a seguir pelos inúmeros adolescentes e jovens que os idolatram.
Mas na génese de tudo isso, na origem da música moderna na região, está um grupo de rapaziada da velha guarda. Os famosos irmãos Bicho: Zé, Paulo, “Chupetas” e Manuel Maria. Iniciados no mundo da música nos anos 70, cedo mostraram protagonismo noutras áreas, tais como o assalto a mão armada, espancamento de GNR´s e o surf. Aliás é no surf que eles se tornam conhecidos em todo o Barreiro. Com caixas de madeira para transporte de fruta, aproveitando a forte ondulação provocada pelos barcos do Barreiro na praia do Alburrica, faziam-se às ondas com uma radicalidade própria de quem adora confrontar o perigo. Depois formam a banda Bicho Boys e gravam no estúdio da Editora Cereja na Quinta da Lomba, temas míticos como “Baba Ranho”, “Cai no forno, sandes” e “Ajuda-me Ronda”. É com uma lágrima nos olhos que vos falo nos Bicho, não por tristeza ou nostalgia, mas por alegria incontida pois eles estão de regresso. Cumprida a pena de 20 anos, Manuel Maria e “Chupetas” poderão juntar-se aos seus outros dois irmãos para reavivar a mítica Banda. Estes, que apenas cumpriram 5 anos, tinham entretanto formado outro conjunto musical que tocava em casamentos e baptizados, denominados Irmãos Bichinho.
Irão fazer a 1ª parte do concerto dos i-glamour na próxima 4ª Feira no baile dos Unidos da Recosta. Boa sorte Bichos.

sexta-feira, junho 24, 2005

João "Ratinho"

Hoje irei falar-vos de João “Ratinho”. Personagem de um mito urbano, enriquecida na imaginação das gentes, nascida de vivências perdidas. Herda esta alcunha por ser um comedor de carochas compulsivo. Como tem apenas 1,53 m chamar-lhe “Ratão” (ele teima em ser assim conhecido) seria um exagero, pelo que é conhecido por “Ratinho”.
Homem duma densidade cultural própria de uma botija de gás butano, duma intelectualidade rica como as minas da Panasqueira nos anos 90, dum tempero social género comida macrobiótica vendida avulso, na feira da Ladra a partir das 3 da tarde.
“Ratinho” não é bailarino, “Ratinho” não é pintor, “Ratinho” é um pintor-bailarino. Passando a explicar: Ao som de músicas com “Going loco in Acapulco”, ou “Love Boat”, ou ainda do genérico de “O Justiceiro” o nosso artista movendo-se num palco em meias de Lycra, com um pincel na mão, vai pincelando em telas espalhadas em forma de cenário, pintando belos abstractos de cor e movimento.

quinta-feira, junho 23, 2005

Ao meu amigo Crazy Charm

Apeteceu-me hoje falar do meu grande amigo Crazy Charm. Um borralho de esplendor artístico, quer musical, quer de cultura poética, quer ainda de simples charme latino tão do agrado do sexo oposto. Crazy começa a sua história nos i-glamour numa reunião secreta levada a cabo no famoso Barco do Barreiro “Alentejo”, onde as mais altas patentes do seio da banda decidiram pela entrada desta jovem promessa, falo de mim e de Mister Stylish. Foram momentos que chegaram a roçar o extraordinário tal a intensidade das negociações, Crazy queria ir mais além, queria uma banda à sua imagem. Era complicado. Mister Stylish é senhor dum estilo misterioso, de metáforas, repleto de simbolismo, caminhante de pensamentos para lá da imaginação. Eu sou um simples rude homem com a intelectualidade duma Biblioteca Nacional dum qualquer país europeu, retratada num filme americano, daqueles que vão directamente para o circuito de filmes de aluguer. Seria complicado conciliar personalidades tão fortes, tão distintas. Finalmente tudo se resolveu e criou-se o mito.
Crazy atravessa de momento grandes transformações do foro pessoal que o fazem afastar-se um pouco das lides i-glamouricas. Finalmente conseguiu montar o negócio de venda de coiratos congelados e aguarda-se para breve que lhe seja passada a licença pela Entidade Fiscalizadora. Boa sorte grande Crazy Charm, és um maior!!

quarta-feira, junho 22, 2005

A Burra

Eis um poema da mais pura e fina inspiração minha que quero partilhar convosco para que possam passar os dias com mais animo e alegria:

A burra zurrava,
a burra sabia,
a burra lavrava,
a burra sabia.

A burra comeu,
a burra sabia,
a burra cresceu,
a burra sabia.

A burra cantava,
a burra sabia,
a burra saltava,
a burra sabia.

Receitas com Chispes - 1º Programa

Meus amigos, é com agrado que inicio aqui esta minha colaboração com esta malta.
Começo por pedir-lhes desculpas pela minha qualidade literária não estar ao nível do “Facadas” ou do Caxias, ou muito menos da rapaziada dos i-glamour. É que eu sou um humilde rapaz, com a 4ª classe comprada com 5 quilos de tremoços no tempo da “Maria Cachucha”.
Não sendo propriamente um programa de culinária será concerteza um local onde se cozinhará ideias, onde a liberdade de impressão será total. Mas afinal quem sou eu? Quem é Licínio Chispes? Pois bem, vou-lhes contar um pouco da minha história. Nasci algures no Alentejo e fui trazido para o Barreiro pelo meu pai, o grande Gregório Chispes. Como de pequenino é que se deve amansar o pepino, desde os 6 anos que fui iniciado na arte de meu pai, amolador de malhas do jogo do Chinquilho. Era profissão de grande respeito e saída profissional, tal era a quantidade de clubes que apareciam nesta região. Ganhava-se de facto pouco mas também como diz o provérbio, milho a milho vai a galinha bicando. Com o tempo tornei-me Mestre e ganhei o respeito das gentes. Até começarem as péssimas-línguas. Sim eu fiquei chateado, é que como diz o provérbio, quem não se senta não tem pêlo na venta. Começaram a espalhar por aí que eu me metia nos copos, que não tomava banho, que andava descalço. Puro e agreste engano. Passarei a explicar, resumindo e incluindo:

1º - Eu sou alérgico à água. Não a posso beber e não a posso passar na pele. A última vez que o fiz cresceram-me pêlos pelo corpo todo e desatei aos uivos a noite toda na antiga floresta da Fonte das Ratas.
2º - Embora em comprimento os meus pés sirvam num sapato 41, a largura torna impossível calçar qualquer coisa abaixo do 55. E agora digam-me onde é que eu arranjo sapatos 55!!!?


Explicada a situação vos deixo com a promessa do meu regresso brevemente. Um grande bom-haja para todos vós.

terça-feira, junho 21, 2005

A Veia Poética de "Facadas"

Mais uma vez o grande e inconfundível “Facadas” Canhoto libertou a sua veia poética em quadras populares de puro êxtase cultural. Temos aqui a épica descrição de acontecimentos vividos por “Facadas” e Zé Caxias em tempos imemoráveis da sua juventude. Resta-nos a nós mortais registar estes momentos divinos de inspiração e acreditar que poderão um dia ser Teatro de Revista, Novela ou quem sabe filme Documentário de Curta Metragem:

Em tempos fui bombeiro
Eu e meu amigo Caxias
Apagámos tanto braseiro
Era um ver se te avias

Que momentos hilariantes
Tanta fama, tanta glória
Fiquem com esta história
Destes tempos tão pujantes:

Certo dia fomos chamados
A acudir 2 moças prendadas
Que com fogo já desesperadas
Viam seus corpos acalorados

Tocámos ansiosos à campainha…
Pouco tempo ficámos a esperar
- Abre a porta minha fofinha,
Se queres esse fogo apagar

- Já chegaram os bombeiros
E trouxemos as mangueiras
- Entrem, entrem cavalheiros
Apaguem-nos estas fogueiras

- Calma, calma minhas queridas
Apagamo-las já sem demora
- Irão concerteza ser bem servidas…
- Isso é para já ou é para agora?

Quando Caxias entra no quarto
Para numa delas o fogo apagar
Já aqui o “Facadas” estava farto
De pôr a mangueira a funcionar

No fim restou ficarmos atentos
Para evitar reacendimentos
Declarámos enfim a extinção
Deste fogo que tínhamos em mão

segunda-feira, junho 20, 2005

O Cão Raivoso

Como o tempo passa. Já lá vai uma década que o meu amigo talk-talk e eu nos conhecemos. No entanto uma dúvida ainda persiste desde essa altura na minha cabeça, não consigo perceber porque é que o "cão raivoso" (o vocalista) deixou de me falar desde essa noite e o grupo acabou ali mesmo. O "corno manso" que era o nosso baterista pensa que foi por causa da cadeirada nas ventas com que eu brindei o "cão raivoso" pela sua exibição, mas eu não sei, é que ele já estava há algum tempo estranho comigo, talvez porque o filho dele nasceu com as minhas fuças……(eu não tive culpa a sério, não sabia que ela era namorada dele). Ainda assim continuo a gostar dele, embora não saiba nada do seu paradeiro desde que ele emigrou para a Patagónia (nunca mais ninguém o viu, nem mesmo o velho “Javi Chiuaca” que conhece aquelas pradarias como ninguém). Quanto ao resto dos elementos da banda prometo que fica para outra ocasião.

Rebel Seducer

Após incessantes reuniões de puro dramatismo e invulgar sentido musical, os i-glamour decidiram que deveriam ter 4 membros e não 3. Faltava-nos um Guitarra Ritmo. Descobrimo-lo. É um verdadeiro animal de palco. Vimo-lo pela 1º vez há cerca de uma década num concerto no Monte da Caparica com a sua antiga banda os Sedated Animals in Pain, onde o Hard Rock sinfónico atingia níveis de límpido ardor poético-metálico.
Rebel Seducer decidiu nesse concerto, com um verdadeiro sentido artístico, destruir todos os instrumentos da banda, para além de com uma cadeira de madeira roubada ao público agredir o vocalista que não parava de berrar gritos de raiva, como se fosse um combatente numa guerra tribal pré-medieval. Foi de uma beleza estética irrepetível.
Para além de musico Seducer é um homem da cultura, um poeta urbano, um impulsionador do misticismo, um intelectual da arte do engate cru e animalesco. Bem-vindo aos i-glamour.

Há dias assim

Ser membro duma banda da casta dos i-glamour não é fácil, requer muitas horas de concentração absoluta, de charme inalterável perante a enormidade de fãs que se abeira, dos constantes contactos para concertos, da luta incessante contra os arqui-rivais Ping Fluido, da entrega aos princípios da Independência da Ilha do Rato. Não é fácil tudo isto meus amigos. O descanso do guerreiro faz-se de forma natural. E não há nada como uma almoçarada de fim-de-semana na barraca da Tia Albertina. Esta última então atingiu níveis de genuína qualidade, dignos de registo nos anais das almoçaradas ribeirinhas. Foi qualquer coisa de extraordinário. Estava lá toda a gente: Piratas, taberneiros, poetas, fadistas, homens da cultura, intelectuais, pescadores, enfim… eram cerca de 8 ou 9 figuras impares da nossa opulenta comunidade. Como sempre iniciaram-se as festividades com a venda das rifas do Totomelões. O 1º prémio é a fabulosa quantia de 2 talhadas de melão (desta vez houve jackpot), generosa oferta de Roberto Canja, agricultor da Vinha das Pedras. A mim coube-me o 3º prémio, constituído por meia talhada de melão sem pevides. O prato foi, como não podia deixar de ser, Tainhas Fritas à Ilha do Rato, generosamente acompanhadas por tinto da Adega Cooperativa Vinho Carrascão, comprado a 50 cêntimos o barril de 5 litros. O fim do festim dá-se com a tradicional desgarrada acompanhada à guitarra e com um torneio social de Despejo de Copos 3. Ainda bem que há dias assim.

terça-feira, junho 14, 2005

As Crónicas de Zé Caxias - A falta de vontade camarária

Andam a cacetear-me o charme. Não nasci para isto. Depois de duas horas duma desmedida espera, vem uma funcionária da Câmara, com um corpinho como se tivesse sido esculpida em bronze por um grande artista dos tempos antigos, dizer-me que o Presidente não me recebe: “O senhor Presidente está numa reunião importantíssima com altos cargos do Estado”. Só visto. Então que individualidades poderia ele estar a receber que não merecessem uma célere interrupção para falar com o Barão da Ilha do Rato? Indisposto, mas lançando o glamour sobre a jovem, de um modo que a deixou à beira do arrebatamento, questionei-a: “Olhe para mim, assim não que se desmaia não a poderei aparar com estas pastas na mão, e diga-me se acha que Zé Caxias, vulto incontornável da política da região, senhor de terras, mestre da arte do Estilo, aceita assim um não?”. Talvez pressionada pelo edil demente, ou porque estava com o período, ou então por preferir berbigão ao grande pepino, a resposta dela foi um seco “Acho”. De lá voltei sem o que queria, vergado a um pesado contratempo que me afasta daquilo que é meu por direito, a Independência da Ilha do Rato.
Para vingar a triste epopeia camarária decidi ir dar um pezinho de dança na Cleópatra, discoteca cá do burgo onde jovens arranjam casamento e idosos fazem fisioterapia através da dança. Foi a loucura. Bebi cerveja como um camelo bebe água após milhares de quilómetros no deserto. Dancei com uma energia tal que se me ligassem uns cabos de média tensão dava para proporcionar electricidade grátis a meio Portugal. Por fim apaguei. Não me recordo de nada mais. Só sei que acordei no dia seguinte em Cascais, num quarto dum lar de luxo, com a misteriosa visão dum copo cheio de água com uma dentadura lá dentro. Apanhei um táxi até ao Terreiro do Paço e depois aproveitei a boleia do meu amigo Albino Calhau até casa.

segunda-feira, junho 13, 2005

SIN - Os Serviços de Informação Niitsumica

Ninguém gosta de falar disso. Todos negam a sua existência. Poucos sabem das suas acções. Falamos dos Serviços de Informação Niitsumica. Quem são eles? Onde estão? Como actuam? Sendo os guerreiros Niitsumy já de si uma misteriosa e camuflada estirpe de guerreiros, o que dizer daqueles que secretamente zelam pelos seus interesses? Sabemos que o meio privilegiado de contacto e transporte de informação é o Pardal de Mogodochi, chefe supremo das Aves Falantes. Ele tudo ouve, tudo armazena, tudo coordena. Ao seu serviço estão inúmeros indivíduos (as conhecidas Aves Falantes), que não sendo guerreiros Niitsumy (nem necessariamente aves) têm um papel fulcral na geo-estratégia Niitsumica. O coordenador de serviços em Portugal é Juan Moita, aprendiz de Zé Caxias na arte do Estilo, recolhedor de caricas de cerveja, perito no barramento de fatias de pão com Tulicreme. Foi ele que evitou a ultima tentativa de pôr fim à Dinastia Niitsumica ao revelar os intentos dos Minochi e duma minoria de Bandochi que se juntaram no Canal Caveira para conspirar contra os Niitsumy. Foi sorte nossa, Juan ter ido nesse fim de tarde, à caça dos gambozinos naquelas zonas.

quinta-feira, junho 09, 2005

A Arte do Estilo - O Ritual Cafeinico

Falar em estilo e pôr de parte Tom Waits é como falar duma meia com cheiro a queijo da Serra e esquecer o pé que a apeçonha, ou como falar em whisky e diversão e omitir as dores de cabeça da ressaca e o ressonar das prostitutas na manhã seguinte, num Hotel de 4 estrelas em Las Vegas. Aqui fica mais um texto sobre estilo e a referência a Mestre Tom está feita.
A Arte do Estilo conhece imensas formas de se manifestar. Por vezes basta um sorriso, um andar, um bocejar, uma estranha comichão no fundo das costas. Mas uma das formas mais puras e ancestrais é referente ao Ritual Cafeinico. Esse Ritual é posto em prática por homens que tratam o Estilo por tu. Entre eles temos Pedrito Bodega, Licínio Chispes, Albino Calhau e Zé Caxias. Juntos com outros confrades que recusam a exposição mediática formam a Confraria do Ancestral Ritual do Café. Para responder a umas perguntinhas sobre esta forma de estilo convocámos Licínio Chispes, amigo pessoal de Zé Caxias e seu braço direito:
T.T. – Amigo Chispes, é um prazer tê-lo connosco. Diga-me em que consiste este ritual de estilo?
L.C. – O prazer é todo meu. O ritual inicia-se com um encontro em que nos juntamos e tentamos enriquecer a nossa cultura, conversando, comendo e bebendo. Depois bebemos o café tendo em conta alguns procedimentos.
T.T. – Quais são esses procedimentos?
L.C. – São uma série de regras cumpridas religiosamente. Passo a citar:
1. O café é servido sempre a escaldar e sem açúcar numa chávena redonda.
2. Não se fala durante a ingestão do café.
3. Nos intervalos de cada gole a chavena descansa na palma da mão.
4. A chávena é agarrada em cada golada com ambas as mãos que envolvem a dita chávena para que esta fique praticamente invisível ao olhar mais distraído.
5. Após a chávena ficar vazia esta é colocada sobre a mesa e brutalmente esmagada com um murro firme e sem qualquer tipo de ruído vocal.
T.T. – Realmente é um momento de pura magia, o Estilo marca a diferença. Sente feedback por parte das pessoas?
L.C. – Não. Normalmente não há concertos onde vamos, mas quando há é sempre com música ao vivo. É mais fados e coisas assim.

terça-feira, junho 07, 2005

As dicas de Pedrito Bodega - O terrível vicio das bolachas baunilha

Estudos intensos, relativos à dependência da bolacha de baunilha, têm chegado até nós provenientes das mais credenciadas Universidades Americanas. Não é fácil lidar com a situação. Mais difícil ainda é vencer esta terrível enfermidade que assola parte da sociedade. Afinal o que leva um jovem a aderir por estes caminhos? Que medidas deverão ser tomadas? A venda em Hipermercados deste produto em apelativas embalagens veio ajudar ou piorar a situação? O que provoca a dependência, será a deliciosa cobertura ou a estaladiça bolacha? Perguntas que buscam respostas.
Existem pessoas com coragem a dar a cara por esta situação. Casos de Talk Talk, membro dos i-glamour, bolacha baunilho-dependente recuperado que preside a uma associação de apoio, o BAR, Baunilho-dependentes Anónimos Recuperados, que todas as terças-feiras à noite junta pessoas com esse problema, resultando num convívio onde se conversa, onde se desabafa, onde se come bolacha Maria e bolinhos de coco em miniatura.

segunda-feira, junho 06, 2005

Os Piratas do Mar da Palha e as travessias do Tejo

Os tempos de oiro já lá vão. Tempos em que atravessar o Tejo simbolizavam uma aventura fantástica, onde a perplexidade do aparecimento dum navio pirata se confundia com o cheiro a castanha assada, a desodorizante barato e a catinga. Dessas travessias loucas dos anos 90 restam doces recordações. Os 45 minutos (e dois barcos) que separavam o porto do Barreiro da protectora baia de Cacilhas eram momentos de pura adrenalina apenas comparáveis a um concerto perante uma multidão de 7 ou 8 fãs. O abalroamento dos barcos do Barreiro era contudo mais fácil para os piratas, era ai que as investidas mais se faziam sentir. Recordo a vez em que Albino Calhau e a sua “Lenita do Coina” abalroaram o “Pinhal Novo” e o tomaram de assalto empunhando navalhas, fisgas e garrafas de whisky de Alverca de contrabando para venda aos utentes do barco. Eu próprio e os outros membros dos i-glamour estávamos a bordo. Viveram-se momentos de pânico. Não por medo dos piratas mas pelo facto do whisky estar a ser vendido a 500 paus a garrafa. A acalmia só voltou quando os i-glamour, profundos conhecedores desta realidade e amigos pessoais de Calhau e de Cajó Moiteiro seu Imediato, intervimos e levámos a rapaziada à razão. O whisky foi vendido a 1000 paus a garrafa, uma por cada passe social ou bilhete de barco.