quarta-feira, janeiro 31, 2007

Bares de Alterne

Tenho imenso respeito por bares de alterne. Em parte foi em locais desses que adquiri a estaleca que tenho hoje. A estaleca e o problema nas costas que por vezes me arrelia fazendo-me andar tipo “Robocop sem lubrificação”, dá estilo mas é chato. Nunca pensei que o porteiro Caju fosse buscar um taco de basebol só porque me recusei a pagar a bebida à Marlene. Mais admirado fiquei quando notei que seria a própria Marlene a desferir o golpe com o taco. Impressionante a força duma tipa tão franzina, especialmente depois de emborcar quatro Johnnie Walker.
Abriu um novo bar de alterne, nos bosques barreirenses. Estive lá na inauguração e agradou-me o ambiente. Fui convidado para relações públicas mas vi-me obrigado a recusar por afazeres incompatíveis com a função: Não se pode ser cliente e RP em simultâneo.
As jovens empregadas denotam grande cultura geral e apronto, sendo versadas em vários idiomas. Há até uma que fala a língua dos Yeti. Acho que teve um affair com um deles, talvez por isso tenha um estranho fetiche por pêlos e membros grandes. Ainda não lhe disse que calço o 46.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Ah ah ah, o gajo quer ser o número 1!!!!

Querer ser-se o número 1 em algo por vezes é complicado. Especialmente quando temos que ultrapassar alguém que atinge níveis de qualidade dignos de registo nos anais da História e também na tradição oral dos povos.
Cool Pete, saído do movimento heavy metal sinfónico dos anos noventa, baseado em gritarias, whisky, gaitas de beiços e sacrifício de rãs, fundou agora uma banda de garagem denominada “Bit on I-Glamour” e quer depor o ícone musical de toda a região do seu pedestal: Eu!
Este trambolho-calhau com dois olhos e um pepino mal desenhado a fazer de nariz declara-se… anti I-Glamour. Diz o tipo:
“Os I-Glamour são um produto dos media locais que teimam em dar-lhes importância. Por mim batíamos-lhes todos os dias para as gajas verem que aquilo é só conversa… é só talk, talk… acção: népias. Charme é agir. Dizer que não sei o quê, andar de costas na rua, vestir casacos de astronautas e chapéus de campinos, fazer danças malucas, isso é para pavões, é show off! Pavões é isso que eles são… especialmente o Talk Talk, que é o maior pavão deles todos!”
Dando azo ao direito de resposta que vem na constituição tenho a dizer a esse senhor o seguinte:
“Rapaz, começas mal a tua declaração. Chamar “gajas” a fãs é duma falta de educação inqualificável, pois toda a gente sabe que também há gajos (e até animais como o chimpanzé do Ricardo) que curtem os I-Glamour. Depois dizes que Charme é acção. Errado! A acção é que tem que ser tomada com charme. Vê o caso do Licínio Chispes, farta-se de agir e não molha o bico desde o tempo em que haviam ninfas no Tejo. Eu sei que estás ruído por dentro porque o único lugar que te foi oferecido na Universidade do Charme era o de armário de laboratório e mesmo assim falhaste no teste. Também sei que te custou saber que nas eleições para Tipo Giro do Ano nem sequer foste considerado e eu conquistei um honroso 4º lugar, logo a seguir ao cão da Dona Maria, o Fofinho. É a vida, aguenta e não chora!”

sexta-feira, janeiro 26, 2007

A Picareta e a Astrologia

O Stylish para além de baterista é cartomante. No fundo no fundo ele até nem domina muito aquilo, diz-se apenas que “dá uns toques”. Nós acordámos que o deixaríamos prosseguir com essa ocupação desde que não interferisse com a Banda.
Trata-se duma compensação pelo facto de lhe termos tirado o direito a ser back vocals. Ele nunca aceitou que a sua voz fosse um desastre.
Pelo menos até lhe mostrarmos uma pequena gravação:
“Pessoal desliguem isso pá… o gajo da picareta não tinha outra altura para trabalhar?” refilou ele.
“Claro que tinha, por isso é que isto foi gravado à hora do almoço. És tu a cantar o refrão, o gajo da picareta estava a comer a “bucha”!” respondi-lhe eu.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Um concerto, uma história

Cada concerto nosso tem a sua história particular. As músicas são as mesmas, os músicos também, mas há sempre algo de diferente para contar.
Este último, no pátio da Filarmónica Alburrica, teve as suas particularidades. A verdade é que o que ali aconteceu quase pôs fim à Banda.
Ao entrarmos em palco um silêncio surpreso. A meio da primeira música, a primeira cadeira a embater na cachola do Charm. Aos primeiros acordes da segunda música a invasão de palco com os espectadores munidos de chapéus-de-chuva, tacos de madeira arrancados do chão, pauzinhos do restaurante chinês e até agulhas de tricô.
Eu compreendo as pessoas. Aguardavam o Tó Pinto, o Iglésias do Alburrica, e não quatro tipos com ar cool e músicas de 25 segundos. Os idosos detestam ser enganados e nós levámos por tabela.