quinta-feira, abril 27, 2006

Talk´s Show – Crazy Charm, co-fundador do Mito!!!

Desta vez a entrevista decorreu de maneira diferente. Foi presencial. Como não sou jornalista, não tendo gravador ou paciência para ir tirando notas, a transcrição que aqui vos deixo é de memória, talvez um pouco romanceada e de certa maneira influenciada pelo ambiente psico-chármico (ou se calhar foram as margaritas) criado durante a conversa.

Foi num Restaurante Mexicano que combinámos de nos encontrar. Cheguei em cima da hora, mesmo a tempo de apanhar o Crazy Charm no balcão a beber uma margarita ao mesmo tempo que, qual explorador das densas florestas tropicais, esgravatava freneticamente as entranhas nasais, em busca talvez da Arca Perdida, ou muito provavelmente de um burrié mais furtivo, que teimava em escapulir-lhe, escondido na penugem farta.
A nossa conversa decorreu calmamente ao som das músicas de Marco Pollo e seus muchachos e ao sabor das iguarias sul-americanas que, não sendo de todo más, ficam aquém dos queijos de Nisa ou de um bom pão com manteiga. Pelo menos até ao picante “três bombas” começar a surtir efeito, a conversa deambulou entre o passado, o presente e o futuro.
Talk Talk - Amigo Crazy Charm, porque é que achas que se formaram os I-Glamour?
Crazy Charm – E porque é tem que haver um motivo? E porque não?
Talk Talk – Sim… mas…e conta lá como foi?
Crazy Charm – Se bem me recordo, um tal de Talk Talk andava por lá na altura. Não percebo porque é que me perguntas uma coisa dessas agora pá … sei lá eu!!!
Talk Talk – Olha lá pá… esta batida não te lembra nada? – Disse-lhe eu ao escutar mais um hit do Marco Pollo…
Crazy Charm – Hum… näo.
Talk Talk – É aquela do Dani Silva, o “Toino Descadeirado”…
Crazy Charm – Não estou a ver qual é…
Talk Talk – “Olha o Toino descadeirado, descadeirado, descadeirado…” – cantei-lhe eu ao mesmo tempo que movia os meus ombros, um de cada vez, para a frente e para trás.
Crazy Crazy – Ah!! Já estou a ver…
Nisto começamos ambos a cantar o refrão e a fazer a coreografia com os ombros. A moça que nos servia, espantada, chegou até nós e perguntou se estava tudo bem. “Sim” disse-lhe eu com um sorriso, “está tudo bem, é que sabe…. esta música parece uma do Dani Silva…”, “Ah…” respondeu a rapariga enquanto se afastava.
De facto estava tudo bem. Mas esse bem-estar durou muito pouco tempo. O sinal de que tinha terminado foi dado por um estranho som produzido pelas minhas entranhas, extravasando numa apoteótica viagem até ao W.C. que durou mais de meia-hora. Estava findada mais uma entrevista, mais um episódio deste já lendário Talk´s Show.

terça-feira, abril 18, 2006

O Fim da Pirataria nos Mares da Palha

O “Lenita do Coina” fez a sua última incursão nas revoltas águas do Tejo. Albino Calhau, eterno comandante da mais famosa embarcação do Canal do Coina, decidiu aposentar-se em definitivo destas lides, deixando um vazio irrecuperável nas artes da marinharia pirata.
O “Lenita”, outrora terror de cacilheiros e canoas desportivas, fará agora parte do espólio museológico da associação desportiva dos Caçadores de Gambozinos da Mata da Machada, da qual Albino é sócio fundador. Será colocado em doca seca, podendo ser visitado às quintas terças-feiras do mês, com excepção de Julho, Agosto e Dezembro, e de acordo com uma marcação no mínimo com 35 dias úteis de antecedência.
De todas as histórias que se poderiam contar sobre este navio e os seus tripulantes existe uma que merece aqui uma menção especial. Estávamos no ano de 1999. Encalhado pela baixa da maré há mais de 4 horas, uma grande discussão entre os membros da tripulação incendiava as hostes. Albino acusava o seu Imediato, Bafo de Cabresto, de estar por detrás daquele engano que lhes provocara aquela embaraçosa situação. Bafo de Cabresto e mais alguns tripulantes decidiram amotinar-se e lançaram o comandante borda fora. A maré entretanto mais subida permitiu a navegação e também possibilitou o regresso de Albino a terra, nadando no seu famoso estilo à cão. Chegado a casa, Albino contou o sucedido à mulher, Dona Maria a “Comporta” de Alhos Vedros. Esta irada com o que tinham feito ao seu marido, tomou a decisão de ir recuperar a barcaça. Pedindo emprestado um bote de borracha e recorrendo a duas colheres de pau a fazer de remos, navegou sozinha até ao navio pirata amotinado. Já no interior da barcaça desafiou Bafo de Cabresto para um duelo. Após a ingestão de 5 bagaços, os oponentes defrontar-se-iam num braço de ferro. Não chegou a haver confronto, ao terceiro bagaço Cabresto já encharcado em cerveja, caiu como um tordo no chão do convés. Vitoriosa, Dona Maria obrigou a tripulação a jurar fidelidade a Albino Calhau. Cabresto e seus apoiantes foram escorraçados, estando hoje em dia ao que consta, desempregados e a viver do rendimento mínimo. Dona Maria ficou conhecida (e ainda hoje assim é tratada) por “Comandanta Comporta”, a Padeira do Mar da Palha.

segunda-feira, abril 10, 2006

Porque a bola é redonda – Os treinos

Grandes gurus do exercício físico têm dissertado opiniões sobre como, quando e onde devem ser ministradas determinadas metodologias de treino. Beto Moreira, treinador do Real Banheirense na década de 80, responsável pela manutenção da equipa na 3ª Divisão Distrital durante 5 anos, escreveu num artigo publicado nos muros da antiga Corticeira que dizia o seguinte: “Vamos correr com a escumalha!!! Vamos dar a volta a isto”. Ora aqui está um método que aplico há vários anos. Escumalha, vulgarmente conhecida por escória, é fácil de arranjar por aí. Depois é só colocar a rapaziada a correr no perímetro do edifício em ruínas, com sacas de 20 quilos daquele desperdício às costas. Embora com alguns efeitos contra-producentes como a dor na espinha e as alergias, é um exercício óptimo para oxigenar os pulmões, ganhar cabedal e calejar os ombros.
Outro grande mestre foi o Mister Sousa. Chegou a ser meu treinador nas camadas jovens do Fonte Pratense. Anos mais tarde tornou-se olheiro ao serviço de grandes clubes da 3ª Divisão, chegando mesmo a ser apelidado por Velha Raposa. Não porque fosse manhoso, mas sim porque era já um tipo septuagenário e tinha umas orelhas desmedidas. Dele retiro esse grande método de treino físico, denominado “O Trolha”. Mister Sousa tinha uma pequena empresa de construção civil e punha a malta a trabalhar para ele. Era um bom negócio para ambos. Ele não pagava ordenados e nós treinávamos e aprendíamos uma profissão em simultâneo. Eu não tenho qualquer empresa de construção civil. É por isso que hoje em dia não posso aplicar esse método aos meus atletas. Talvez para o ano, quando pensar em construir uma casita no terreno que tenho lá para os lados da Lagoinha.

Escrito por “Facadas” Canhoto, Treinador de Futebol

sexta-feira, abril 07, 2006

Talk´s Show – Copa-rota, um dos pioneiros visitantes dos I-Glamour

Revirando o Blog I-Glamour e o Blog do Copa-rota do avesso, lá descobri o nosso primeiro contacto. Foi num post sobre os Cinco Violinos escrito por ele, em que eu fui lá fazer um comentário. Nunca o vi mais gordo. A opinião que tenho dele foi sendo construída pelos seus posts, pelas trocas de comentários fomos fazendo. E não podia ser melhor essa opinião, considerando-o já um amigo.


Talk Talk - Quando entraste pela primeira vez no Blog I-Glamour, o que te veio à cabeça?
Copa-rota - Sinceramente, Talk...?Pensei para comigo: Serão estes tipos, os salvadores do mundo ...?Algum género de "Messias"...?Ou são apenas mais uma fraude...?

Talk Talk - Sportinguista e Portuense. Tens noção que és duma espécie rara? Como foi isso acontecer?
Copa-rota - Espécie rara...? Talvez...mas prefiro pensar no S.C.P. e na cidade do Porto como duas mulheres distintas...ambas são belas e capazes de suscitar em mim um fascínio idêntico. No entanto, julgo que tudo teve origem no meu Pai, também ele foi um Sportinguista fervoroso. Recordo as histórias sobre os 5 violinos que tão efusivamente ele nos contava durante as refeições...Ah!...o meu Pai!...Que saudades!...Foi um homem extraordinário! Uma ocasião, recordo-me de o ter ouvido contar que tinha estabelecido contacto com extra-terrestres...bem, mas isso é outra história...penso que não deve ter tido influência nas minhas preferências futebolísticas.

Talk Talk - Os teus textos transpiram romantismo. És um homem romântico ou faz tudo parte duma estratégia de charme e sedução?
Copa-rota - Sim, Talk...de facto, existe uma boa fatia de romantismo em mim...Mas quando esse romantismo acontece, manifesta-se de uma forma explosiva...espontânea. No entanto, não vou negar que me sinto feliz e privilegiado quando esse romantismo se repercute em charme e sedução.


Talk Talk - Comecei a ouvir Jazz por tua culpa e por culpa do Suga-mentes. A minha mulher “agradece-vos” por isso. Como nasceu esse bichinho?
Copa-rota - É com imenso prazer que te ouço dizer isso!...Fico feliz ao saber que contribuí para algo positivo. Parabéns à tua esposa, Talk...parece-me que ela tem bom gosto...e paciência(risos) O "bichinho" do jazz, nasce com o "Suga-Mentes", figura carismática e controversa, dotado de um grande poder de persuasão...talvez tenha sido a única coisa que aprendi com ele...é um tipo impecável, só lhe vejo um defeito:"A dificuldade em assumir a sua paixão pelo Sporting..."Deixo um abraço para ele, posso?

Talk Talk - Como é que imaginas o tipo por detrás do Talk Talk?
Copa-rota - Epá!...Essa é difícil!...Sei lá, conheço-te pouco...mas considero-te um tipo "ás direitas",razoável, criativo, inteligente e "corajoso"...(para casar hoje em dia é preciso coragem, (risos))mas como somos ambos Sportinguistas, as minha análise torna-se pouco credível. Também cheguei a pensar que tu e o Orfeu eram a mesma pessoa....assim uma espécie de "dupla personalidade”!.(risos)

quarta-feira, abril 05, 2006

III Encontro de Charming Punk Rock

Ontem na Quinta do Cajó, condomínio fechado de barracas à beira Tejo, com vista privilegiada para a Ilha do Rato, deu-se o III Encontro de Músicos e Bandas do Charming Punk Rock da Margem Sul. Este acontecimento musical, que ocorre anualmente, foi mais uma vez um estrondoso sucesso. A Organização contava com cerca de 10 participantes, no entanto e graças ao bom tempo e ao boato lançado de que haveria uma sessão de autógrafos com a Merche Romero, atingiu-se o fantástico número de 17 inscrições.
Para além dos membros dos I-Glamour e alguns amigos, contámos com a presença dos Tromba Lovers e ainda com os Feijão Frades.
Os Tromba Lovers, não estando propriamente na senda do charming punk rock, têm uma ligação profunda ao estilo puro e duro do movimento granja da Recosta, embora com a introdução dos pífaros e do xilofone, tornem o som mais sinfónico e harmonioso.
Já os Feijão Frades dispensam apresentações. Grupo de 6 frades da Ordem do Santo Charme, decidiram criar uma banda de covers dos I-Glamour em canto gregoriano. Estiveram para não vir. Frei Tiago, líder da banda, confidenciou-nos que foi a possibilidade de confraternizarem com os I-Glamour e a jeropiga do Ti’Bezana que os fez reconsiderar.
Tivemos três prelectores. A primeira intervenção pertenceu a Sexy Sparks, o manager dos I-Glamour. O assunto da dissertação seria “Manter a calma em palco”. Digo “seria” e não “foi” porque após dizer o seu nome e fixar o olhar, durante dois minutos, numa azinheira que se encontrava ao lado do palco, foi-se embora apressado não dando noticias até agora.
A segunda intervenção coube a Pedrito Bodega, homem da cultura, jornalista, cronista dos I-Glamour. A sua intervenção visou em especial o trabalho dos media na divulgação de novas bandas. Algumas frases ficaram na retina: “Oh filha, enche-me ai a caneca de tinto se faz favor”, “O Júlio Isidro tem a mania que foi ele quem descobriu os I-Glamour, dando um impulso ao charming punk rock português” e em especial a tantas vezes repetida “Quer dizer…”.
O último a falar foi o Sr. Telmo, guarda do condomínio, que decidiu juntar-se à festa. Tratou-se duma surpresa com a qual nem a Organização contava. A sua dissertação foi curta e sintética: “Bem pessoal, está na hora de acabar com esta palhaçada, vamos mas é fechar a loja que está quase a começar a bola!"