terça-feira, maio 15, 2007

Amor, Paixão e Bolos

Little Talk – Primão?
Talk Talk – Sim, diz…
Little Talk – As miúdas gostam mais de nós se formos divertidos ou se formos giros?
Talk Talk – De preferência se formos as duas coisas, mas geralmente se engraçarem contigo, mesmo que só digas asneiras, elas acham-te piada.
Little Talk – Ah… e depois… quando já namoramos há muito tempo… elas deixam de se rir das nossas graçolas… tornam-se sinceras não é?
Talk Talk - Pois… (o puto faz-se) é mesmo isso.
Little Talk – Mas continuam a achar-nos giros?
Talk Talk – Ah… sim, uma coisa não impede a outra!
Little Talk – Outra coisa: Qual é a diferença entre o amor e a paixão?
Talk Talk – (Ui!) Então rapaz, por exemplo: estás a ver esse bolo que estás a comer?
Little Talk – Sim.
Talk Talk – Estás com uma grande vontade de comer o bolo, pensas no bolo o dia todo, tens que comer o bolo. Comes o bolo…
Little Talk – E depois?
Talk Talk – Então… toda essa vontade é como se fosse a paixão. O amor é se, depois de comeres o bolo, voltares cá amanhã para comer outro igual e depois de amanhã a mesma coisa… é como se a vontade de comeres o bolo nunca passasse… mesmo que já não tenhas aquela anseia do início.
Little Talk – Fogo!
Talk Talk – Percebeste?
Little Talk – Acho que sim primão! Olha lá, estou cheio de paixão em relação àquela Bola de Berlim ali… juro que não é amor é mesmo só desta vez! Posso?

quarta-feira, maio 09, 2007

Para trás mija a burra e outras coisas!

Todos nós temos por vezes que fazer determinadas coisas para as quais não temos jeito nenhum. Seja porque razão for. Eu tenho várias coisas para as quais não nasci. Mas de todas aquela para a qual menos vocação tenho é mesmo para despedidas. Só conheço dois tipos de pessoas às quais, em determinada fase da vida, tenho que dizer adeus: os que me são indiferentes e os que não são. Para os primeiros a despedida é simplesmente uma fraude, uma encenação, e por algum motivo eu estou aqui a escrever isto e não na TVI a fazer novelas. Não consigo fingir e demonstro na despedida, sem querer, a indiferença que sinto.
Quanto ao segundo tipo de pessoas, melhor do que falar nisso será contar a história da minha despedida de Licínio Chispes.
Quando cheguei ao cais já o Licínio se preparava para zarpar no batelão. Fui na esperança de o apanhar antes dele se fazer à maré-alta e rumar (definitivamente) para Cacilhas. Ao que parece vai se fixar lá como faroleiro, guiando as tainhas para o canal do Seixal. Ele viu-me e já não desamarrou o cabo. Saltou da proa para o murete do cais e veio falar comigo.
- Então Talk, vieste dizer adeus ao velho Licínio?
- Não… vim dizer-te olá!
- Olá?! Então mas eu vou-me embora pá, não vais voltar a pôr-me as vistas em cima…
- Não digas isso Licínio, Cacilhas não é assim tão longe… a gente vê-se…
- Vê-se vê-se, fia-te na correria e não vás ter com a virgem não!
- Licínio… é ao contrário… fia-te na virgem e não corras!
- Tá bem… então é isso. Olha, adeus puto e não te esqueças: para trás mija a burra!
- Ok… não me esqueço. Até logo Licínio!
- Até logo Talk!