segunda-feira, junho 06, 2005

Os Piratas do Mar da Palha e as travessias do Tejo

Os tempos de oiro já lá vão. Tempos em que atravessar o Tejo simbolizavam uma aventura fantástica, onde a perplexidade do aparecimento dum navio pirata se confundia com o cheiro a castanha assada, a desodorizante barato e a catinga. Dessas travessias loucas dos anos 90 restam doces recordações. Os 45 minutos (e dois barcos) que separavam o porto do Barreiro da protectora baia de Cacilhas eram momentos de pura adrenalina apenas comparáveis a um concerto perante uma multidão de 7 ou 8 fãs. O abalroamento dos barcos do Barreiro era contudo mais fácil para os piratas, era ai que as investidas mais se faziam sentir. Recordo a vez em que Albino Calhau e a sua “Lenita do Coina” abalroaram o “Pinhal Novo” e o tomaram de assalto empunhando navalhas, fisgas e garrafas de whisky de Alverca de contrabando para venda aos utentes do barco. Eu próprio e os outros membros dos i-glamour estávamos a bordo. Viveram-se momentos de pânico. Não por medo dos piratas mas pelo facto do whisky estar a ser vendido a 500 paus a garrafa. A acalmia só voltou quando os i-glamour, profundos conhecedores desta realidade e amigos pessoais de Calhau e de Cajó Moiteiro seu Imediato, intervimos e levámos a rapaziada à razão. O whisky foi vendido a 1000 paus a garrafa, uma por cada passe social ou bilhete de barco.

1 comentário:

Anónimo disse...

Abaixo a pirataria no Mar da Palha. Chega de terror no atravessamento do rio. Grave geral dos trabalhadores fluviais já!!!!!!!!!!!!!!