quarta-feira, novembro 16, 2005

O Código 14 – Capítulo III

Pedrito não podia estar menos preparado para ouvir Piaçá. A fé em se envolver numa trama esotérica tinha ruído face à primeira impressão deixada pelo rapaz. Mesmo assim, encostou-se na cadeira e proferiu:
- Sou todo ouvidos. Diz lá o que tens a dizer.
O rapaz esboçou um sorriso no limiar do ridículo, sentou-se no chão com as pernas em posição de Buda e começou a falar:
- Sr. Pedrito, certo dia tinha eu acabado de entrar na Torre do Lombo, em busca duns bifes de porco para panar, quando o empregado, após a pesagem dos ditos, os envolve numa folha que desde logo me pareceu estranha. Não era a normal embalagem de papel. Era um pergaminho antiquíssimo!!!
- O que?!! – Questionou Pedrito incrédulo – Nessa não acredito.
- Eu também não acreditei. Mas depois perguntei ao Zorro, que é o nome do empregado, que raio de papel era aquele. Ele disse-me que tinham acabado as embalagens de papel que normalmente encomendam na tipografia Troca-tintas, e que por conseguinte estavam a utilizar livros do arquivo, porque ninguém lhes ligava peva!
- Sacrilégio!! – Gritou Pedrito Bodega já quase morto pelo choque.
- Eu então pedi-lhe o que restava do livro e dei-lhe em troca umas revistas que trago comigo, coisas relacionadas com estudos anatómicos e assim. Reparei então aliviado que a folha que cobria os meus bifes era a primeira arrancada. Tinha em minha posse o livro por inteiro! E mais… o livro era antiquíssimo, datado do século XIV, altura da descoberta da Ilha do Rato.
- Graças aos Deuses da Cultura!!! – Desabafou Pedrito Bodega agora mais calmo.
- Mas foi quando cheguei a casa e comecei a desfolhar o livro que reparei no tesouro que me caiu em mãos. O livro foi escrito por Raimundo Bodega, que descreve a Descoberta da Ilha do Rato e acrescenta factos até agora desconhecidos do público em geral.
- Raimundo Bodega é um tetravô meu. Era conhecido como amolador de pedra-pomes e como pescador, não fazia ideia que tinha sido cronista!!! – Disse Pedrito Bodega já totalmente rendido à trama. – Mas que factos são esses?
- Ele diz que a Ilha do Rato já era conhecida antes de Caxias lá ter chegado. E diz também que a ilha guarda um grande segredo mas que não sabe qual é. Para além disso o livro mostra anotações à mão que indicam ter sido consultado posteriormente e eu até aposto que foi há pouco tempo.
- Porque dizes isso?
- Repare nas anotações que são todas na última página do livro, todas com a mesma letra, cujo estilo revela a actualidade das mesmas.
Abrindo o canhenho na última página lia-se:


- Sr. Bodega, parte destas anotações está decifrada. Para as restantes conto com a sua colaboração…

5 comentários:

Anónimo disse...

Hoje não vou comentar o teu post. Em relação ao teu pedido faz o seguinte; no meu blog neste: http://ababushka.blogs.sapo.pt/ Menus de Ligação em pedido de script, amanhã vou lá deixar o respectivo script para protegeres os teus textos no blogue. É só copiares e colocares no teu html depois /head qualquer dúvida já sabes, se eu poder ajudo sempre.

Abraços

Francis disse...

Uma curiosidade, como é que vocês são 3 e só tu é que escreves?
Um abraço!

Talk Talk disse...

Uma boa pergunta francis... espero que os outros dois te leiam, porque a mim já não me ligam.
Um abraço.

Talk Talk disse...

Tenho que agradecer ao Friedrich pela grande ajuda que me deu, permitindo a protecção dos textos deste blog.
Muito obrigado.

Morfeu disse...

Para além da genialidade e criativiade que te invade, revela-se igualmente a tua enorme cultura em cada pormenor que descreves.