sexta-feira, abril 08, 2005

A Revolução das Tainhas - Parte IV

Após o inequívoco falhanço de “Facadas” conseguimos chegar à conversa com ele. Aqui ficam as questões colocadas e consequentes respostas obtidas:

T.T. – Senhor “Facadas” Canhoto porque é que optou por esta investida contra o seu amigo de longa data?
F.C. – Amigo Talk Talk, um homem por vezes tem que tomar certas atitudes. Acho que ele não tem nada que se auto-intitular o Dono da Ilha do Rato. Toda a gente sabe a grandeza piscatória da Ilha. E eu e os outros temos direito aos canivetes, às algas e aos outros bichos que brotam daquele paraíso fluvial. Tinha chegado a hora de, pela força do povo, repor a justiça.
T.T. – Mas afinal o que correu mal?
F.C. – Muita coisa. Primeiro porque nenhum pirata me apoiou e parece que o traidor do Albino Calhau foi persuadido a não seguir o movimento pela módica quantia de 4 fardos de palha, para o burro que tem na barraca de campo na Lagoinha e por dois baldes da loja dos 300, para a caça aos gambozinos. Segundo porque o Tio Bento quando lhe pedi para consultar o “Borda d´Água” para ver as marés, consultou a de 1975, mês de Setembro, em vez da do mês de Abril do ano corrente, que resultou no facto de ficarmos encalhados com a maré baixa.
T.T. – Como sabe o movimento ficou conhecido pela Revolução das Tainhas, donde vieram aquelas tainhas jogadas ao rio quando iam a caminho do Rato?
F.C. – Como não tínhamos barcos piratas, avançamos com dois barcos a remos da tia Albertina. O Jaquim Zarolho (marido de Albertina) tinha ido na semana anterior à pesca e deixou as tainhas nos barcos a arejar…o cheiro era insuportável. Foi estranho o cheiro manter-se posteriormente, principalmente quando a Tia Albertina falava.
T.T. – E agora “Facadas”?
F.C. – Não sei. Talvez optemos pela via democrática. Quem sabe se formaremos um partido que lute por eleições livres.
T.T. – Mas não deixa de ser um facto que a Ilha ainda não é independente. É considerada território português pertencente ao concelho do Barreiro…
F.C. – É um facto, é um facto. Mas desde que vi a tia Albertina beber 24 “copos 3” em apenas 7 minutos e 24 segundos e depois levar às costas o barco até à beira rio, numa distancia de 800 metros…acho que tudo é possível.

Sem comentários: