terça-feira, outubro 03, 2006

A história de Rocky – Parte I

Mochachucha é uma aldeia yeti igual a tantas outras. Cosmopolita, sobrevive muito à custa do comércio de dentes de leite e também graças ao célebre cuspe yetino, que produz uma substância aquosa muito utilizada na indústria de pasta de dentes e de líquidos para conservar placas dentífricas.
Lubomir Rocky passava o tempo entre o consultório do Dentista, permitindo o ganha pão aos pais e a escola, onde aprendia entre outras coisas que “Guerreiros Niitsumy” significava amigos e “Bandochi” significava badamecos com a mania que sabem tosquiar yetis mas que existem apenas para levar grandes coças destes.
Acontece que certo dia, enquanto estava deitado na cadeira do dentista, sentiu o seu primeiro dissabor que marcaria a sua vida para sempre. “Lubo há algo que deves saber”, começou por dizer-lhe com voz pausada o Doutor, “não posso arrancar-te mais dente nenhum. Primeiro porque não tens mais nenhum para arrancar, depois porque isso significa uma coisa: Esta última dentição que apareceu já não era a de leite!!”.
“Mas doutor como é que é possível, nascem sempre 20 a 22 dentições de leite nos jovens yetis, o Lubomir só ainda vai na sétima!!”, exclamou a mãe quase em choque.
Após se afastarem do moçoilo, de modo a que ele não se apercebesse da conversa o Doutor disse: “Minha senhora, ainda não reparou que o seu filho é baixo de mais para a idade?, não acha estranho o jovem ter quase 13 anos e ter apenas 2 metros de altura?”. “O que é que me está a querer dizer?”, perguntou a mãe aterrorizada. “O Lubo não é um Yeti de raça comum, ele é um Yeti anão!”, concluiu o Doutor.
O mundo daquela senhora desabou naquele momento. Lembrou-se das aventuras que teve no passado. O marido passava muito tempo fora e … os yetis de raça anã têm determinado tipo de fama capaz de provocar atitudes mais tresloucadas em jovens desconsoladas.
Tenha sido pela dor de corno ou simplesmente pelo facto da “máquina de marfim” ter esgotado a sua produção, o jovem Lubomir foi abandonado pelos pais. Lá partiu confuso, sem rumo, pelas montanhas até chegar ao país dos famosos Guerreiros Niitsumy.
Aí, acarinhado por outros yetis e não só, cresceu até se tornar um adulto forte e bondoso. Por ali poderia ter ficado o resto de seus dias, mas ele queria algo mais. Uma aventura epopeica o aguardava no outro lado do oceano.

3 comentários:

Barão da Tróia II disse...

Esta saga é extraordinária. Bom feriado

Francis disse...

Pois, vê-se que és multicultural :-) Eu prefiro as aventuras dos pigméus de Karabasnampularabh e as tricas por causa da sua principal actividade económica; O descascar da massaroca de milho!
P.S. Tens de compreender o árbitro Ferreira; É um dos dinossáros a arbitragem e tu sabes bem que os Dinossáuros não têm braços! :-))))
Um abraço! (para quem os tem)

Å®t Øf £övë disse...

Talk Talk,
É a velha história do patinho feito esta???
Bem se no nosso mundo a causa para se ser anão fosse essa, parece-me que viviamos num mundo maioritáriamente de anões...

;)

Abraço.