O soalho de madeira polida que cobria o palco fez-me recordar o início. Era o mesmo tom da madeira dos bancos do barco “Pinhal Novo”, local onde conhecemos o Crazy Charm.
Mais de mil e quinhentas horas cruzando o Tejo, conversando, planeando, sonhando.
“A minha voz é assim uma mistura entre Júlio Iglésias e um martelo pneumático”, disse-nos ele.
Stylish, que na altura já adoptara o estilo invertido, fazendo tudo (incluindo a fala) ao contrário, franziu-lhe a nuca e disse: “Da Fonte da Prata deves ser tu o rouxinol!”.
Era de longe o nosso maior concerto. O armazém do Ti’Bezana tinha sido ampliado. Outrora confinado a quatro paredes e a um telhado em fibrocimento, um acidente com o tractor e o vento forte do último Inverno conferiam agora como limites do espaço a cerca da linha do comboio e o céu estrelado.
Estava lá gente de toda a região. Alguns movidos pela curiosidade de verem ao vivo a "Maior Banda de Charming Punk Rock do Universo". Outros porque tinham ouvido dizer que os I-Glamour eram um grupo de moçoilas apessoadas que faziam um espectáculo ao estilo cabaret francês. Este segundo grupo mostrou-se de alguma forma desiludido quando viu em palco quatro marmanjos de fato de gala e chapéu de cuco, com buço a mais e peito a menos para serem dançarinas francesas. Com a multidão em fúria e dando seguimento ao meu poder de atracção acabei por levar com uma patanisca de bacalhau no sobrolho.
Era o nosso último Concerto… a nossa última música… as nossas últimas frases enquanto animais de palco…
“De manhã na Tasca
A beber um vinho rasca
E a comer um coirato
Que até me soube a pato….
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh Grandes ideias! Boa noite… fomos os I-Glamour… foge rápido Talk que os gajos estão a arrancar as cadeiras do chão!”
Mais de mil e quinhentas horas cruzando o Tejo, conversando, planeando, sonhando.
“A minha voz é assim uma mistura entre Júlio Iglésias e um martelo pneumático”, disse-nos ele.
Stylish, que na altura já adoptara o estilo invertido, fazendo tudo (incluindo a fala) ao contrário, franziu-lhe a nuca e disse: “Da Fonte da Prata deves ser tu o rouxinol!”.
Era de longe o nosso maior concerto. O armazém do Ti’Bezana tinha sido ampliado. Outrora confinado a quatro paredes e a um telhado em fibrocimento, um acidente com o tractor e o vento forte do último Inverno conferiam agora como limites do espaço a cerca da linha do comboio e o céu estrelado.
Estava lá gente de toda a região. Alguns movidos pela curiosidade de verem ao vivo a "Maior Banda de Charming Punk Rock do Universo". Outros porque tinham ouvido dizer que os I-Glamour eram um grupo de moçoilas apessoadas que faziam um espectáculo ao estilo cabaret francês. Este segundo grupo mostrou-se de alguma forma desiludido quando viu em palco quatro marmanjos de fato de gala e chapéu de cuco, com buço a mais e peito a menos para serem dançarinas francesas. Com a multidão em fúria e dando seguimento ao meu poder de atracção acabei por levar com uma patanisca de bacalhau no sobrolho.
Era o nosso último Concerto… a nossa última música… as nossas últimas frases enquanto animais de palco…
“De manhã na Tasca
A beber um vinho rasca
E a comer um coirato
Que até me soube a pato….
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh Grandes ideias! Boa noite… fomos os I-Glamour… foge rápido Talk que os gajos estão a arrancar as cadeiras do chão!”