terça-feira, março 13, 2007

Às vezes não há coincidências.

O Jean Cacilhas é um castiço. Massagista do maior clube da associação de futebol de Setúbal, o Fontepratense, coleccionador de caricas da Sumol, criador de caracoleta ibérica e ainda arranja tempo para ser um visionário. Visionário porque inventou uma profissão: Fornecedor de coincidências. Ele inventa coincidências e vende-as a bom preço a quem delas precisar.
Por exemplo: imagine-se que se tem uma apresentação no trabalho daqui por dois dias, não está nada preparado, dava um certo jeito ficar doente para não ter que passar a vergonha de fazer má figura em frente da Administração. Um telefonema ao Jean Cacilhas e ele arranja a forma da pessoa ficar mesmo doente… pimba, e parece mesmo uma coincidência!!!
Certa vez recorri aos préstimos do meu amigo Cacilhas. O que eu pretendia não era fácil… talvez exigisse mesmo mais do que uma grande coincidência, chegava a roçar o milagre. Era necessário criar uma situação em que eu me cruzava numa rua do Barreiro com uma determinada rapariga, tinha que estar a chover, ela não podia trazer guarda-chuva e em simultâneo passava na estrada uma fanfarra dos bombeiros, com cinco tambores, a tocar a banda sonora do Rocky Balboa, ao mesmo tempo que dois aviões da força aérea do Madagáscar desenhavam no céu um enorme coração.
Talvez tenha sido o único fracasso do Jean Cacilhas. A coisa não correu como o esperado. Os bombeiros trouxeram apenas quatro tambores!

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