sexta-feira, julho 11, 2008

As Histórias do Bolinha III

Há coincidências engraçadas... Parabéns Zé!
O alvoroço criado só poderia significar uma coisa: Bolinha em acção! Rodeado por uma legião de amigos, caminhava calmo (e manco) pelo Campus na direcção da casa-de-banho do Edifício Central. Zé Martelo havia trazido uma espécie de pomada milagrosa com a qual pretendia curar Bolinha da entorse no pé direito. Todos queriam assistir ao milagre.
A casa-de-banho era pequena para albergar tanta gente. Uns empoleirados nas paredes laterais da retrete, outros dentro do próprio cubículo ladeando o “paciente”, outros ainda à porta aguardando novas lá do interior.
O pé do Bolinha estava qualquer coisa de medonho. A cor roxa (acho eu) provocada pela entorse quase chegava ao joelho. No fundo lembrava uma enorme batata-doce com dedos.
Zé, com a delicadeza que o caracteriza, iniciou o tratamento agarrando no chispe do Bolinha como se estivesse a preparar massa de pão.
- Então pá… está tudo bem? – Perguntou enquanto “amassava” o pé do desgraçado.
- Sim… es… está tudo óptimo! – Respondeu o Bolinha com um sorriso forçado nos lábios e uma lágrima no canto do olho.
- Estás a chorar pá?
- Achas?! Ah ah ah… estás louco! Eu lá ia chorar por causa dumas massagenzitas no pé!
A rapaziada estava duplamente impressionada. Por um lado a disformidade horripilante do pé, por outro a acalmia do Bolinha perante a adversidade. Zé não entendeu a ironia nas palavras do Bolinha. Achou que podia ir mais além, que podia esfregar ainda mais aquela espécie de pedúnculo que outrora tinha servido para caminhar e para servir de apoio ao corpo.
As dores começavam a ser mais do que insuportáveis. Bolinha parou a respiração e começou a assobiar. A melodia suave do assobio era duma música antiga que ele tinha ouvido num filme. É então que algo acontece: A rapaziada começou a assobiar a melodia acompanhando o Bolinha. O som foi crescendo e às tantas ecoava estrondosamente no interior da casa-de-banho espalhando-se pelos corredores e salas do Edifício.
E aos poucos a dor lá foi passando…


A melodia era esta...

11 comentários:

Mac Adame disse...

E se assobiassem aquela velha melodia do Verão Azul, ainda passava mais depressa. Abraço.

Anónimo disse...

eu só ouço o motor do modem.

Talk Talk disse...

Olha que há motores de modem que tocam lindas melodias!

Maria disse...

Estou a ver que te dedicas-te a fazer limpezas de verão aqui na casa. Gostei das cortinas novas nas janelas :)

Maria disse...

"dedicas-te"??? tira aí o tracito :p)

Talk Talk disse...

Maria:

Isto ainda é só uma experiência...

Anónimo disse...

A ultima bala como perfil? Uma ou outra palavra que não sabes ou outra...
E eu que pensava que estava alucinado...

Obrigado Talk...obrigado amigo...és o grande...és o sexto violino...

Uma palavra...será Coruche???

Talk Talk disse...

Anónimo que eu sei quem és:

- Sabes que a Última Bala foi uma espécie de ponto alto deste blog! è para recordar esses velhos tempos, em que isto ainda não tinha descambado da razão pela qual foi feito!

- Dois nomes: Um não sei mesmo mas vou tentar descobrir. O outro é nome de flor! E ainda por cima uma flor que um tal gajo que tu conheces pronunciou muitas vezes... aliás... vezes demais!

PS: Fica descansado que a semmelhança é apenas no nome!

Eli disse...

Olá!

Vinha eu toda "lampeira" comentar esta história do Bolinha, quando me deparei com algo que costumo fazer, mas nem sempre consigo encontrar. O enigmatismo das palavras dos comentários anteriores ao meu não me deixaram indiferente, portanto, resolvi afirmar que reparei e (embora não seja muito difícil para quem está atento) resolvi afirmar que sei de quem se trata o "Anónimo"!!!

HEHEHE

Não tenho nada com isso, mas isto de andar na net a estas horas da noite num Sábado cheio de alegrias, sorrisos e muitas actividades com aqueles tais amigos deixa-me capaz de me inspirar ao ponto de pôr a minha fiel discrição de lado e meter o bedelho, já que considero estas "ooisas" deliciosas...

Já agora, "discreto", nos Açores (leia-se Ilha Terceira) significa "inteligente", ou "esperto" ou "bem-educado", por isso, não pus de lado a minha educação ou esperteza, usando a inteligência da qual sou detentora para este comentário... e... que agora já foi usada o suficiente e vai ser recolhida até ao Inverno...

(HEHEHE)

:hug:

:)

P.S. Esta última parte foi mesmo só para despistar ao que (como eu) lêem na diagonal...

FUI

Eli disse...

Com tanta "esperteza", esqueci-me de comentar o post!!! (Depassarada?!... Talvez!...)

Eu ia dizer que não acredito que uns tantos rapazolas se ponham todos a assobiar uma música destas numa casa de banho e corredores!!!

Talvez tenhas sonhado! Os sonhos também sao verídicos!

(lol)

Bem, depois de te ter feito ler tudo isto só me posso despedir com um beijinho (o que é pouco usual em mim) e um sorriso (já mais usual, mas não menos importante).

:)

Talk Talk disse...

Eli:

- Talvez por ser de manhã, e segunda-feira, não percebi grande coisa do teu primeiro comentário… apenas que tu também sabes quem é o anónimo! ehehehe

- Esta história do Bolinha é 100% verdadeira! Pronto… talvez seja 95% verdadeira… a música assobiada não foi esta… mas como gosto tanto desta música achei que ficaria bem (não me lembro qual a música do assobio!)

- E sim… eu recebo mails quando recebo mensagens nos posts. Qualquer mensagem que seja colocada mesmo lá para trás eu acabo por recebê-la. Quanto a quem é o Bolinha digo-te o seguinte: o Bolinha não é uma pessoa. O Bolinha é uma personagem baseada não numa pessoa mas numa atitude. Atitude que vi, e que por vezes continuo a ver, inclusive no tipo que tu achas que é o Bolinha (ehehe), que representa aquilo que eu acho que é o verdadeiro romantismo: paixão por alguém ou por algo, espontaneidade, ingenuidade…
Quanto ás histórias… e para confundir… ehehe… a maioria delas é uma mistura de mais do que uma situação que ocorreram, misturadas com pensamentos, desejos, ideias, coisas ditas noutros contextos, coisas que ficaram por dizer…