quarta-feira, novembro 26, 2008

Porque a bola é redonda… A Táctica

Cada treinador de futebol, perante a matéria humana que possui, as características do adversário, a qualidade do terreno de jogo e a altura da maré, define a melhor táctica possível para tentar levar de vencida a equipa adversária.
É isso que eu faço. Pessoalmente e salvo alguns percalços de última hora (como no caso do burro do Ti’Bezana que pastava no Campo do Brejos junto ao grande círculo) eu gosto de jogar em 4-3-3 em pressão alta, sempre pronto a lançar os contra-ataques baseados no “poder de tiro” do Zé Chico, o nosso trinco. Cada “lasca” do Chico é uma verdadeira bomba secreta e letal. Secreta porque não é acompanhada de qualquer efeito sonoro, dando-se a conhecer apenas quando os seus odores atingem as narinas dos adversários, ou seja, tarde demais para reagir. Letal porque até as ervas daninhas que desabrocham rebeldes, num raio de 40 metros no pelado do Estádio do Lombo desfalecem aquando da descarga.
Por vezes esta táctica transforma-se num 4-2-3. A dose de feijoada à transmontana que é administrada ao Manel, 15 minutos antes do início do jogo, possui outros efeitos secundários, provocando-lhe uma prolongada ida aos balneários, que é como quem diz uma corrida na direcção do monte de entulho, depositado nas salinas ali ao lado.
Mas tenho outros “truques” na manga. Costumo colocar o Shaka a jogar sobre a linha, fazendo marcação serrada ao fiscal de linha que acompanha o nosso ataque. Dessa forma consigo fazer com que o Zé “Brutaganhas” não seja apanhado em fora-de-jogo, apesar das duas canadianas e da lata de cerveja na mão.

Crónica de “Facadas” Canhoto, Treinador de Futebol

terça-feira, novembro 18, 2008

Crónicas do Facadas – Os treinos

Grandes gurus do exercício físico da região têm dissertado opiniões sobre como, quando e onde devem ser ministradas determinadas metodologias de treino.
Betinho Moreira, treinador do Real Banheirense na década de 80, responsável pela manutenção da equipa na 3ª Divisão Distrital durante 5 anos, foi o criador desse grande método do treino físico denominado “O Trolha”.
Betinho tinha uma pequena empresa de construção civil e punha a malta a trabalhar para ele. Ele não pagava ordenados e o pessoal treinava e aprendia uma profissão em simultâneo. Eu fui seu atleta/funcionário mas nunca consegui adaptar-me aos treinos. Acartar baldes de massa e mandar piropos foleiros às moçoilas que passavam não eram a minha especialidade. Ao fim de três meses fui dispensado para o Fonte Pratense e por lá fiquei até ao fim da carreira.
Já como treinador tentei aplicar um método similar mas com uma nova dinâmica: “O Arrumador de Carros”. Consistia em colocar os meus atletas a andar nos parques de estacionamento da região a… arrumar carros, obtendo gorjetas que revertiam obviamente para o treinador.
Certo dia um atleta colocou em causa o método e questionou-me: “Mister… não devíamos fazer antes trabalho de ginásio? Isto de andar a arrumar carros não é coisa para mitras?”.
Apesar da insolência e porque tive pena do rapaz, por ser burro que nem uma porta, respondi-lhe: “Meu trambolho de quatro patas! Como é que queres aguentar noventa minutos de jogo se nem fazes 5 euros numa manhã? Achas que o Flechas consegue baixar dos 16 segundos nos 100 metros à custa de treino de ginásio?! Não fosse o gajo ter que correr atrás dos condutores forretas todas as manhãs e o extremo mais rápido da região ainda era o Bobí, o cão do Ti Rodrigues.”


Escrito por “Facadas” Canhoto, Treinador de Futebol

quarta-feira, novembro 12, 2008

Cantar pelo gargalo

Eu - Porra Crazy Charm, estavas sempre a levar o garrafão aos beiços nos refrões. Isso deu mau aspecto pá!
Crazy Charm - Não vês que foi para dar a sensação de eco aos espectadores.
Eu - Eco?! Não vi diferença nenhuma e depois o garrafão está cheio de vinho!
Crazy Charm - No inicio… agora para o fim já estava vazio! Hic!