A uma maré-vazia sucede-se uma maré-cheia. O rio tem os seus ciclos, tal como a vida. É bom ver os lodos cobertos pelo prateado do Tejo, ouvir o chapinhar das tainhas, cheirar a maresia trazida pelos ventos do norte. É para esses momentos que vivo. É neles que me inspiro.
Partir pela manhã na minha herdada barcaça, na subida da maré, indo até à Ilha do Rato, é um ritual que sigo desde que me lembro de existir. Comecei esta romaria com o meu Tio-Avô, o saudoso “Custou” Caxias. A alcunha provém das semelhanças físicas e de hábitos com o velho lobo-do-mar francês. Este meu tio possuía uma cultura impar, alicerçada nas horas passadas a jogar à bisca lambida e ao dominó com outros marinheiros.
Para além de marinheiro e estudioso do mar foi também um grande mecenas, tendo criado a famosa e tantas vezes incompreendida Fundação Caxias.
A Fundação, com sede na Tasca do Azedo, tem a responsabilidade cívica de apoiar jovens com valor, nomeadamente jogadores de dominó, poetas, músicos e todos aqueles que de alguma forma desejem viver da sua arte. Os tipos de apoio variam consoante a qualidade e experiência a nível artístico, podendo ir desde a motivante palmadinha nas costas até à entrega duma bolsa mensal. A bolsa pode alternar entre o azul-bebé, o rosa choque e o preto e tem fecho éclair. Contém várias coisas no seu interior como um isqueiro, canetas Bic (laranja e cristal), um baralho de cartas, dois bilhetes de autocarro dos Colectivos do Barreiro, saquetas de Ultra-levur e um after-shave da loja dos chineses.
Agora vou porque o tempo escoa. A Ilha do Rato espera-me para lá deste mar-chão. Voltarei na descida da maré, isto se o casco não decidir que é hoje que se rende à investida do rio ou se a lendária Ninfa não me raptar, mantendo-me cativo (contra a minha vontade, claro) nos areais da Ilha. Se esta última coisa suceder não se incomodem a pedir ajuda, eu cá me hei-de desenrascar!
Partir pela manhã na minha herdada barcaça, na subida da maré, indo até à Ilha do Rato, é um ritual que sigo desde que me lembro de existir. Comecei esta romaria com o meu Tio-Avô, o saudoso “Custou” Caxias. A alcunha provém das semelhanças físicas e de hábitos com o velho lobo-do-mar francês. Este meu tio possuía uma cultura impar, alicerçada nas horas passadas a jogar à bisca lambida e ao dominó com outros marinheiros.
Para além de marinheiro e estudioso do mar foi também um grande mecenas, tendo criado a famosa e tantas vezes incompreendida Fundação Caxias.
A Fundação, com sede na Tasca do Azedo, tem a responsabilidade cívica de apoiar jovens com valor, nomeadamente jogadores de dominó, poetas, músicos e todos aqueles que de alguma forma desejem viver da sua arte. Os tipos de apoio variam consoante a qualidade e experiência a nível artístico, podendo ir desde a motivante palmadinha nas costas até à entrega duma bolsa mensal. A bolsa pode alternar entre o azul-bebé, o rosa choque e o preto e tem fecho éclair. Contém várias coisas no seu interior como um isqueiro, canetas Bic (laranja e cristal), um baralho de cartas, dois bilhetes de autocarro dos Colectivos do Barreiro, saquetas de Ultra-levur e um after-shave da loja dos chineses.
Agora vou porque o tempo escoa. A Ilha do Rato espera-me para lá deste mar-chão. Voltarei na descida da maré, isto se o casco não decidir que é hoje que se rende à investida do rio ou se a lendária Ninfa não me raptar, mantendo-me cativo (contra a minha vontade, claro) nos areais da Ilha. Se esta última coisa suceder não se incomodem a pedir ajuda, eu cá me hei-de desenrascar!
2 comentários:
Diferente, mon ami.
Uma autêntica maré-cheia! :-)
HEHE
Querias, não?
Quem sabe?... acredita.
:)
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