- Os olhos dela são quase pretos… só à luz se nota que são castanhos escuros – Dizia o Bolinha com o sorriso mais parvo do Universo! – E depois a forma dos olhos muda… muda consoante está nervosa ou calma, triste ou alegre…
- A forma?!
- Sim… nunca reparaste?
-…
- Pois… hás-de reparar!
- Está bem, e quando é que falas com ela e lhe dizes isso?
- Isso o quê?!
- Então… o que acabaste de dizer…
- Não sou capaz, não consigo juntar duas palavras seguidas ao pé dela!
O Bolinha era mesmo assim. Um coração enorme escondido dentro duma cápsula de timidez que o impedia de demonstrar o tipo fantástico que era. Excepção feita aos amigos, que tinham a sorte de o conhecer.
- Bolinha… são 13:20. Ela está prestes a passar na marginal. Vá… a gente fica cá em cima a torcer por ti e tu vais lá falar com ela.
- Hã!? Agora?! É pá… isso não pode ficar para amanhã? É que eu hoje tenho que…
- Cala-te e vai! Bora!
Cem íngremes metros separavam o Café Tobias da marginal. Bolinha iniciou a descida pela calçada ainda humedecida pela queda de chuva matinal. Os seus passos eram lentos mas o seu coração disparava a uma velocidade estonteante. Ainda nem a meio ia quando ela surge no seu campo de visão, a cruzar a marginal, junto ao pequeno muro branco que encostava à margem do rio. Bolinha ao vê-la engoliu em seco e estancou o passo.
Se há gajo com ideias rápidas e parvas, esse gajo é o Fred! Ao ver a hesitação do Bolinha correu na sua direcção e enquanto gritava “mexe-me esse cú gordo” deu-lhe um empurrão lançando o pobre rapaz numa descida vertiginosa. Bolinha, incapaz de travar, descambou pela rua abaixo, berrando desesperadamente!
Ela ouviu a algazarra e parou. Ao ver aquela massa de carne anafada aproximar-se a grande velocidade entrou em pânico, no entanto manteve-se imóvel, talvez petrificada pelo susto.
- Desvia-te … desvia-te que eu não tenho travões! – Gritou-lhe o Bolinha.
Nisto ela dá um salto para a frente saindo da trajectória do Bolinha que em grande estilo pula sobre o muro e cai num mergulho de chapa na água, provocando uma onda de proporções inimagináveis.
Duas horas depois estávamos todos sentados no muro a fazer companhia ao Bolinha, esperando que ele secasse para poder entrar no autocarro sem dar nas vistas. Todos menos ela que entretanto tinha ido tratar dos seus afazeres.
- Só a mim… isto só me acontece a mim!
- Calma rapaz, pelo menos ela agora já sabe algumas coisas sobre ti…
- O quê? Que eu não tenho travões? Que eu sou maluco?
- Não pá… que tu não sabes nadar, que tens amigos que te adoram… que a grua dos Bombeiros te consegue elevar…
- A forma?!
- Sim… nunca reparaste?
-…
- Pois… hás-de reparar!
- Está bem, e quando é que falas com ela e lhe dizes isso?
- Isso o quê?!
- Então… o que acabaste de dizer…
- Não sou capaz, não consigo juntar duas palavras seguidas ao pé dela!
O Bolinha era mesmo assim. Um coração enorme escondido dentro duma cápsula de timidez que o impedia de demonstrar o tipo fantástico que era. Excepção feita aos amigos, que tinham a sorte de o conhecer.
- Bolinha… são 13:20. Ela está prestes a passar na marginal. Vá… a gente fica cá em cima a torcer por ti e tu vais lá falar com ela.
- Hã!? Agora?! É pá… isso não pode ficar para amanhã? É que eu hoje tenho que…
- Cala-te e vai! Bora!
Cem íngremes metros separavam o Café Tobias da marginal. Bolinha iniciou a descida pela calçada ainda humedecida pela queda de chuva matinal. Os seus passos eram lentos mas o seu coração disparava a uma velocidade estonteante. Ainda nem a meio ia quando ela surge no seu campo de visão, a cruzar a marginal, junto ao pequeno muro branco que encostava à margem do rio. Bolinha ao vê-la engoliu em seco e estancou o passo.
Se há gajo com ideias rápidas e parvas, esse gajo é o Fred! Ao ver a hesitação do Bolinha correu na sua direcção e enquanto gritava “mexe-me esse cú gordo” deu-lhe um empurrão lançando o pobre rapaz numa descida vertiginosa. Bolinha, incapaz de travar, descambou pela rua abaixo, berrando desesperadamente!
Ela ouviu a algazarra e parou. Ao ver aquela massa de carne anafada aproximar-se a grande velocidade entrou em pânico, no entanto manteve-se imóvel, talvez petrificada pelo susto.
- Desvia-te … desvia-te que eu não tenho travões! – Gritou-lhe o Bolinha.
Nisto ela dá um salto para a frente saindo da trajectória do Bolinha que em grande estilo pula sobre o muro e cai num mergulho de chapa na água, provocando uma onda de proporções inimagináveis.
Duas horas depois estávamos todos sentados no muro a fazer companhia ao Bolinha, esperando que ele secasse para poder entrar no autocarro sem dar nas vistas. Todos menos ela que entretanto tinha ido tratar dos seus afazeres.
- Só a mim… isto só me acontece a mim!
- Calma rapaz, pelo menos ela agora já sabe algumas coisas sobre ti…
- O quê? Que eu não tenho travões? Que eu sou maluco?
- Não pá… que tu não sabes nadar, que tens amigos que te adoram… que a grua dos Bombeiros te consegue elevar…
3 comentários:
"... provocando uma onda de proporções imagináveis..."... sem dúvida!
Muito giro! Escreves umas histórias que dão vontade de ler e só páro no fim, como o Bolinha!!!
Boa sorte para ele!
:)
coitado do Bolinha!
um beijinho pó Bolinha
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