“Miúdo vem cá ver esta” – foi assim que o mestre Tom conseguiu despertar a minha atenção. Eu estava sentado e entretido com o meu saxofone a ensaiar aquele que viria a ser o meu primeiro êxito a solo no smoth jazz, “Zumba Caneca’s Blues”. Parei de imediato e fui ao encontro de Mr. Waits. Reparei que segurava um postal, aparentemente um postal de Natal. “Crazy, recebi um postal de Amanda Blow, uma prostituta que conheci em Minneapolis, em 1979”.
“Que recordações, estás preparado meu jovem rebento de charme?” – Ao qual respondi de imediato que sim. Sabia que o livro do glamour se iria abrir uma vez mais, e eu iria conhecer mais um capítulo da sedução.
“Dezembro de 1969, Minneapolis...um frio aterrador, até as bordas do cu batiam palmas. Trabalhava como engraxador, na sapataria “Pevides d’ Pés” na Lowry Avenue. Foi a primeira vez que vi Amanda Blow. Era uma mulher muito esbelta até à cintura. Quem a visse ao longe teria a percepção de estar a ver a forma de uma cabaça. Tinha lábios carnudos e cabelos negros ondulados que lhe chegavam aos fartos seios. As ancas, meu Deus, as ancas!!! Eram de tal modo grandes que havia carros a contornarem Amanda a pensar que esta era uma rotunda. Sabia que era uma prostituta da alta sociedade que costuma acompanhar velhos ricos a eventos sociais.”
“Ela costumava vir à sapataria colocar solas duplas nos sapatos. A “Pevides d’ Pés” era a única sapataria nas redondezas onde se podia encomendar números superiores a 44 e Amanda tinha um pezinho de 49. Naquele dia tive a sorte de ser eu a atender. “Bom dia Miss.Blow, veio buscar os seus sapatinhos – perguntei convicto daquilo que procurava” ao que ela respondeu “Desta vez procura algo diferente...venho à procura alguém que me desentupa os canos” “Engoli a seco” “ Tenho um problema na canalização e necessitava de uma ajudinha” “Eu posso ajudar – as palavras saiam sem eu saber” “Bem então daqui a 30 minutos no nº7 da 7th Avenue.” “Combinado lá estarei.”
“Chegado ao apartamento, depressa me apercebi de que a canalização estava mesmo era a precisar de uma vistoria total. Havia canos que há anos que não sentiam uma gotinha de liquido a suavizar-lhes a já ferrugenta cobertura. Não houve tempo para muitas conversas. E quando dei por mim já tinha ferrugem nos dentes...”
“O meu corpo pedia mais e eu pedi um 69. “Amor, enrola-me a gambiarra à árvore que o natal está a chegar. E já agora virá para cá o pólo sul”. E foi então que fiquei com as grutas de Mira D’Aire ao meu alcance. Estávamos nós a deliciarmo-nos naquela posição de carinho mútuo, quando o 69 se transformou num 70, pois o raio do caniche da minha amante teimou em esconder um osso na minha porta dos fundos. Foi tal a agonia que soltei um berro...Amanda a pensar que eu estava próximo do clímax parou e disse “Isto ainda é só o começo.” Amanda estava completamente louca com a minha ementa de posições. “Linda, coze-me a maçaroca na tua panela a vapor” “Ó Tom és tão romântico”. Resolvi então experimentar a posição ladrão...pedi a Amanda para ela se virar de costas, ao que ela acedeu com um sorriso...e quando ela menos esperava arrombei o portão com o meu pé de cabra. Foi tal a o espanto e a surpresa que levei uma valente cotovelada, passei duas semanas a falar francês sem vogais. Resolvi dar a estocada final. O ponto G da Amanda. Sabia da literatura de retrete que este ponto se localizaria a meio (ou dois terços) do caminho de entrada. Sabia também que se pressionado firmemente (pelo pénis ou por um dedo), proporciona uma sensação muito erótica. “Fogosa, tira o bacalhau de molho que o teu Gomes Sá vem a caminho”. Encontrei tudo menos o G naquela sopa de letras e ainda levei uma palmadina na testa e um "Que andas tu à procura? Continuamos ou não".
“Resolvi experimentar a posição do guarda-roupa. Pus-me de pé de pernas bem abertas e encostei as mãos a uma parede. Amanda estava louca com o meu arsenal kamasutrico. Então disse “Paixão, pendura a tua roupa suja neste cabide do amor”. Ao que ela respondeu “Roupa suja não tenho, mas vejo que esse cabide precisa de algum carinho”. A sua boca era uma autêntica ventosa do arrepio. Nunca uma mulher me fizera sentir tão vivo. Mais uma vez quis surpreender a minha parceira. A posição do cozinheiro. Com a colher de pau segura firmemente com uma mão deitei-me de costas na cama e coloquei as pernas em concha de modo a acolher a caçarola de Amanda. “Doçura, prepara o lume que está na hora de cozer o espargo”. A volúpia de Amanda era tal que tive orgasmos múltiplos.”
"Notei que a minha parceira denotava algum cansaço, e começava finalmente a dar sinais de que iria atingir o primeiro orgasmo após 13 horas de puro prazer. Era uma mulher exigente. A derradeira batalha seria a posição do merceeiro. Fiz as contas rapidamente e noves fora nada, calculei o ângulo para a estocada final. “Amandinha, afia a máquina que vamos cortar o fiambre”."
"O orgasmo de Amanda foi algo de indescritível. A quantidade de toucinho que voou naquela casa, dava para fazer cozido à Portuguesa para 50 pessoas. E as claras do amor eram em tanta quantidade que dava para fazer um castelo do tamanho do Tal Mahal. Eu para além destas belas recordações daquele momento tenho uma placa de zinco no maxilar devido à violência do pontapé que levei nos queixos aquando da enxurrada...como costumo dizer.”
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3 comentários:
Grande maluco!!! eh eh eh eh.
Espero que desta tenhas vindo para ficar... tu e o Mr. Waits!!!
-Muito pedagógico,sim senhor!...
(Bora lá torcer por o nosso Sporting...e por o...Benfica,Benfica!!!)
Bom-fim-semana,Talk-Talk!
Completamente "Crazy"... um verdadeiro Cu(zido) à Portuguesa.
Fiquei sem perceber foi se esse maravilhos momento se passou em 1969 ou em 1979... um facto de todo relevante para a história.
Parabéns pela criatividade.
Abraço.
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