Temos referido aqui imensas personalidades desta nossa região. Mas por lapso inadmissível tem ficado esquecido aquele que de forma singular tem contribuído de forma genuína para o adensamento cultural e intelectual destas gentes ribeirinhas. Falo claro de Pedrito Bodega, pintor, escultor, historiador, professor, homem da cultura, coleccionador de latas de refrigerantes, jornalista, cronista, desportista, tocador de ferrinhos no rancho da Recosta. Pedrito tem sido um grande apoiante dos i-glamour e resta-nos dar o troco e prestar esta singela homenagem.
Pedrito é responsável por variadíssimas publicações (que faremos a questão de transcrever alguns excertos no blogue), no campo de temáticas tão vastas como a Historia da Arte, a politica Tejo-estratégica, o vício de bolachas de baunilha, a origem histórica do chinquilho. Foi ele o impulsionador da Cimeira do Rato e é também ele o responsável pelo apoio técnico-científico da pretensão de Zé Caxias à Independência da Ilha. Foi também com a sua ajuda que publicámos alguns textos históricos como a questão das Royal Party Nights em Ibiza.
Um bem-haja para ti grande Pedrito Bodega. Continua. És grande.
sexta-feira, abril 22, 2005
terça-feira, abril 19, 2005
Crónicas de Zé Caxias - A acalmia depois da tempestade
Enfim… findou este clima de guerrilha urbana entre mim e “Facadas”. Já não era sem tempo. Chegámos a acordo em relação ao facto de não nos agredirmos mais verbalmente, nem de outro qualquer tipo de forma. Anteontem até pegamos em nós e para selarmos este acordo fomos a uma casita de alterne que há lá prós lados das Arroteias. Foi como nos velhos tempos. Um show de strip à antiga portuguesa. A musica, a passerelle, o tubo e a Sensual Berta com os seus 58 anitos de puro charme e sedução. Foi qualquer coisa de extraordinário. Paguei uma “individual” ao “Facadas”. Eu cedo lhe disse: “Companheiro esquece a Brasileira que tem pouca experiência, escolhe a Berta”, mas ele não foi nisso. Quis a miúda com 20 anitos, peitos firmes. Claro que a Berta ao ver a fraca performance da miúda veio, qual elefante ferido em louca correria, em auxílio do “Facadas” e em defesa da “casa” que lhe dá trabalho à 35 anos. Com dois bruscos movimentos da Berta, já a brasuca estava sentada num sofá a 15 metros de distancia e o “Facadas” preso entre dois poderosos troncos de arvore a que alguém chama de pernas da Berta. Em poucos segundos os seios da Berta estavam ao léu, enormes, gigantescos até. “Facadas” como que aterrorizado foi esbofeteado vezes sem conta por aqueles dois descomunais balões de ar meio vazios, que transformaram os seus óculos de farmácia em estilhaços projectados a largas dezenas de metros. A “casa” pagou-lhe os óculos. Eu paguei-lhe a pomada para as nódoas negras.
quarta-feira, abril 13, 2005
Yeti Du Frak, o Cobrador
Juntar Tom Waits, whisky e sandes de torresmos resulta quase sempre numa conversa agradável. É fantástico o grau de intelectualidade atingida em poucos segundos de conversa. Mas desta vez, por falta dos torresmos, não conseguimos chegar à fala com Mestre Tom. Posto isto, como os níveis de glamour e estilo não podem baixar neste Blog, optámos por entrevistar o Yeti Du Frak, o Abominável Homem das Neves, braço direito de Mogodochi, Senhor dos Niitsumy. Como a única linguagem falada e compreendida pelo Du é o yetiano, todas as palavras que se seguem resultam duma tradução, nem sempre fácil, para o português:
T.T. – Admirável Du Frak, deixa-me agradecer-te a tua presença neste Blog.
D.F. – Eu é que agradeço. Sabes que admiro muito o vosso trabalho.
T.T. – Diz-me Du Frak, afinal qual é a tua função com Mogodochi e os Niitsumy?
D.F. – Bem eu sou basicamente aquele que anda pelo Mundo fora a cobrar as cotas de associado aos Guerreiros Niitsumy, sabes que há muitos que se esquecem e por vezes têm que ser lembrados. Daí eu ser conhecido no meio pelo Cobrador Du Frak.
T.T. – O.K. Por isso é que andas de fraque, chapéuzinho e bandeja?
D.F. – Exacto meu bom amigo. Há que manter uma certa postura. E depois andar a mostrar o pêlo branco está um pouco fora de moda.
T.T. – E para além dessa actividade, que mais fazes?
D.F. – Sempre que posso gosto de cantar uns faduchos à desgarrada, colecciono penas de peru das neves e quando acho oportuno descarrego enxertos de porrada nos Tosquiadores de Yeti (Bandochi) que empestam os vales tibetanos.
T.T. – Projectos para o futuro?
D.F. – Tenciono aprender o português para poder leccionar na vossa recém criada Universidade do Charme e quem sabe fazer um filme em Hollywood.
T.T. – Admirável Du Frak, deixa-me agradecer-te a tua presença neste Blog.
D.F. – Eu é que agradeço. Sabes que admiro muito o vosso trabalho.
T.T. – Diz-me Du Frak, afinal qual é a tua função com Mogodochi e os Niitsumy?
D.F. – Bem eu sou basicamente aquele que anda pelo Mundo fora a cobrar as cotas de associado aos Guerreiros Niitsumy, sabes que há muitos que se esquecem e por vezes têm que ser lembrados. Daí eu ser conhecido no meio pelo Cobrador Du Frak.
T.T. – O.K. Por isso é que andas de fraque, chapéuzinho e bandeja?
D.F. – Exacto meu bom amigo. Há que manter uma certa postura. E depois andar a mostrar o pêlo branco está um pouco fora de moda.
T.T. – E para além dessa actividade, que mais fazes?
D.F. – Sempre que posso gosto de cantar uns faduchos à desgarrada, colecciono penas de peru das neves e quando acho oportuno descarrego enxertos de porrada nos Tosquiadores de Yeti (Bandochi) que empestam os vales tibetanos.
T.T. – Projectos para o futuro?
D.F. – Tenciono aprender o português para poder leccionar na vossa recém criada Universidade do Charme e quem sabe fazer um filme em Hollywood.
segunda-feira, abril 11, 2005
A Revolução das Tainhas - Parte Final
Encerrada toda esta peculiar situação, compete-nos a nós ouvir também a opinião de Zé Caxias. Chegou-nos a seguinte declaração escrita pelo próprio que expomos de seguida:
“A minha mágoa profunda atinge níveis de elevado grau de tristeza. Afinal quem é “Facadas” Canhoto para tentar roubar aquilo que lhe não pertence. O meu saudoso “treta” avô descobriu aquele paraíso em pleno Mar da Palha. Onde andava o “treta” avô de “Facadas” nessa altura? Provavelmente fazia o mesmo que o velho Manuel Canhoto, pai de “Facadas”, também conhecido por Uísque Em Pé. A alcunha provinha de dois factos incontornáveis, primeiro porque tinha nascido em Alverca (terra do bom uísque), depois porque os graus de álcool no sangue eram quase sempre os mesmos que uma garrafa do referido. Uísque Em Pé tinha uma cadeia de “Feste Fud”, que funcionava junto aos campos da bola, vendiam-se sandes de torresmos, coiratos, pevides, tremoço e amendoim. Não se reconhece na família Canhoto outra vocação.
Agora “Facadas” fala em luta partidária e campanhas de sensibilização! Onde isto chegou! É para rir meus amigos. As forças vivas da região estiveram comigo. Tia Albertina (e seus muchachos) mais Tio Bento, o alcagoito-dependente, são escassos contra legiões de piratas, intelectuais, poetas, o proletariado, a malta da Cleópatra, Chefe Butongo e sua tribo os “Leões di Africa Pá”. “Facadas” está condenado ao insucesso. Viva Zé Caxias! Viva a Ilha do Rato!”
“A minha mágoa profunda atinge níveis de elevado grau de tristeza. Afinal quem é “Facadas” Canhoto para tentar roubar aquilo que lhe não pertence. O meu saudoso “treta” avô descobriu aquele paraíso em pleno Mar da Palha. Onde andava o “treta” avô de “Facadas” nessa altura? Provavelmente fazia o mesmo que o velho Manuel Canhoto, pai de “Facadas”, também conhecido por Uísque Em Pé. A alcunha provinha de dois factos incontornáveis, primeiro porque tinha nascido em Alverca (terra do bom uísque), depois porque os graus de álcool no sangue eram quase sempre os mesmos que uma garrafa do referido. Uísque Em Pé tinha uma cadeia de “Feste Fud”, que funcionava junto aos campos da bola, vendiam-se sandes de torresmos, coiratos, pevides, tremoço e amendoim. Não se reconhece na família Canhoto outra vocação.
Agora “Facadas” fala em luta partidária e campanhas de sensibilização! Onde isto chegou! É para rir meus amigos. As forças vivas da região estiveram comigo. Tia Albertina (e seus muchachos) mais Tio Bento, o alcagoito-dependente, são escassos contra legiões de piratas, intelectuais, poetas, o proletariado, a malta da Cleópatra, Chefe Butongo e sua tribo os “Leões di Africa Pá”. “Facadas” está condenado ao insucesso. Viva Zé Caxias! Viva a Ilha do Rato!”
sexta-feira, abril 08, 2005
A Revolução das Tainhas - Parte IV
Após o inequívoco falhanço de “Facadas” conseguimos chegar à conversa com ele. Aqui ficam as questões colocadas e consequentes respostas obtidas:
T.T. – Senhor “Facadas” Canhoto porque é que optou por esta investida contra o seu amigo de longa data?
F.C. – Amigo Talk Talk, um homem por vezes tem que tomar certas atitudes. Acho que ele não tem nada que se auto-intitular o Dono da Ilha do Rato. Toda a gente sabe a grandeza piscatória da Ilha. E eu e os outros temos direito aos canivetes, às algas e aos outros bichos que brotam daquele paraíso fluvial. Tinha chegado a hora de, pela força do povo, repor a justiça.
T.T. – Mas afinal o que correu mal?
F.C. – Muita coisa. Primeiro porque nenhum pirata me apoiou e parece que o traidor do Albino Calhau foi persuadido a não seguir o movimento pela módica quantia de 4 fardos de palha, para o burro que tem na barraca de campo na Lagoinha e por dois baldes da loja dos 300, para a caça aos gambozinos. Segundo porque o Tio Bento quando lhe pedi para consultar o “Borda d´Água” para ver as marés, consultou a de 1975, mês de Setembro, em vez da do mês de Abril do ano corrente, que resultou no facto de ficarmos encalhados com a maré baixa.
T.T. – Como sabe o movimento ficou conhecido pela Revolução das Tainhas, donde vieram aquelas tainhas jogadas ao rio quando iam a caminho do Rato?
F.C. – Como não tínhamos barcos piratas, avançamos com dois barcos a remos da tia Albertina. O Jaquim Zarolho (marido de Albertina) tinha ido na semana anterior à pesca e deixou as tainhas nos barcos a arejar…o cheiro era insuportável. Foi estranho o cheiro manter-se posteriormente, principalmente quando a Tia Albertina falava.
T.T. – E agora “Facadas”?
F.C. – Não sei. Talvez optemos pela via democrática. Quem sabe se formaremos um partido que lute por eleições livres.
T.T. – Mas não deixa de ser um facto que a Ilha ainda não é independente. É considerada território português pertencente ao concelho do Barreiro…
F.C. – É um facto, é um facto. Mas desde que vi a tia Albertina beber 24 “copos 3” em apenas 7 minutos e 24 segundos e depois levar às costas o barco até à beira rio, numa distancia de 800 metros…acho que tudo é possível.
T.T. – Senhor “Facadas” Canhoto porque é que optou por esta investida contra o seu amigo de longa data?
F.C. – Amigo Talk Talk, um homem por vezes tem que tomar certas atitudes. Acho que ele não tem nada que se auto-intitular o Dono da Ilha do Rato. Toda a gente sabe a grandeza piscatória da Ilha. E eu e os outros temos direito aos canivetes, às algas e aos outros bichos que brotam daquele paraíso fluvial. Tinha chegado a hora de, pela força do povo, repor a justiça.
T.T. – Mas afinal o que correu mal?
F.C. – Muita coisa. Primeiro porque nenhum pirata me apoiou e parece que o traidor do Albino Calhau foi persuadido a não seguir o movimento pela módica quantia de 4 fardos de palha, para o burro que tem na barraca de campo na Lagoinha e por dois baldes da loja dos 300, para a caça aos gambozinos. Segundo porque o Tio Bento quando lhe pedi para consultar o “Borda d´Água” para ver as marés, consultou a de 1975, mês de Setembro, em vez da do mês de Abril do ano corrente, que resultou no facto de ficarmos encalhados com a maré baixa.
T.T. – Como sabe o movimento ficou conhecido pela Revolução das Tainhas, donde vieram aquelas tainhas jogadas ao rio quando iam a caminho do Rato?
F.C. – Como não tínhamos barcos piratas, avançamos com dois barcos a remos da tia Albertina. O Jaquim Zarolho (marido de Albertina) tinha ido na semana anterior à pesca e deixou as tainhas nos barcos a arejar…o cheiro era insuportável. Foi estranho o cheiro manter-se posteriormente, principalmente quando a Tia Albertina falava.
T.T. – E agora “Facadas”?
F.C. – Não sei. Talvez optemos pela via democrática. Quem sabe se formaremos um partido que lute por eleições livres.
T.T. – Mas não deixa de ser um facto que a Ilha ainda não é independente. É considerada território português pertencente ao concelho do Barreiro…
F.C. – É um facto, é um facto. Mas desde que vi a tia Albertina beber 24 “copos 3” em apenas 7 minutos e 24 segundos e depois levar às costas o barco até à beira rio, numa distancia de 800 metros…acho que tudo é possível.
A Revolução das Tainhas - Parte III
Fim de um sonho para “Facadas”. Falhanço total. Não foi morrer na praia mas sim no lodo. Devido a mau juízo relativo à maré, a poderosa frota de “Facadas” encalhou nos lodos a meio do caminho. Esse facto permitiu a Caxias a redistribuição das suas peças dando-lhe a vitória. A ilha não foi tomada, permanecendo sobre o regime implementado por Zé Caxias. O barão da Ilha do Rato foi levado em ombros pela multidão que se abeirou da Taberna do Butongo, na Fonte da Prata. Eram mais de 4 indivíduos, já um pouco alcoolizados, que cantavam: “Caxias animal, paga copos ao pessoal, Caxias animal, paga copos ao pessoal”.
quinta-feira, abril 07, 2005
A Revolução das Tainhas - Parte II
Continuamos com informações obtidas há momentos. Parece que foi avistada do topo do Deposito da Água do Alto da Serra, por entre a neblina, uma descomunal e compacta frota de 2 barcos a remos, com 3 tripulantes cada, rumo ao epicêntro da crise, a Ilha do Rato. Acredita-se ser o assalto final das tropas de "Facadas". Estranha-se a não presença prevista do navio pirata de Albino Calhau. Tainhas são jogadas das pequenas barcaças para o Tejo enlodado. Posteriormente contamos fornecer mais informações.
A Revolução das Tainhas - Parte I
Novidades de última hora. A loucura parece ter chegado à já azeda amizade entre “Facadas” Canhoto e Zé Caxias. Os pormenores serão expostos de seguida.
“Facadas” Canhoto é a mente por detrás duma tentativa de golpe de estado, que pretende destronar Zé Caxias do poder sobre a paradisíaca Ilha do Rato! O 7 de Abril irá ficar na História. O seu primeiro passo foi tomado há poucas horas com a ocupação da Rádio Arremesso na Baixa da Banheira. Ouvem-se novas cantigas que ficarão para sempre gravadas e ligadas a este movimento: “Zumba na caneca” de Tonicha foi a senha de partida para esta revolução, ao que se seguiu o “Ei você aí” conhecida música do Carnaval brasileiro. Parece que personalidades como Tio Bento, Dona Maria ou o pirata Albino Calhau se juntaram à empreitada de “Facadas”. As peças de xadrez estão em movimento.
Os i-glamour aproveitam para esclarecer a todos os intervenientes e leitores deste Blog que permanecerão completamente neutrais.
“Facadas” Canhoto é a mente por detrás duma tentativa de golpe de estado, que pretende destronar Zé Caxias do poder sobre a paradisíaca Ilha do Rato! O 7 de Abril irá ficar na História. O seu primeiro passo foi tomado há poucas horas com a ocupação da Rádio Arremesso na Baixa da Banheira. Ouvem-se novas cantigas que ficarão para sempre gravadas e ligadas a este movimento: “Zumba na caneca” de Tonicha foi a senha de partida para esta revolução, ao que se seguiu o “Ei você aí” conhecida música do Carnaval brasileiro. Parece que personalidades como Tio Bento, Dona Maria ou o pirata Albino Calhau se juntaram à empreitada de “Facadas”. As peças de xadrez estão em movimento.
Os i-glamour aproveitam para esclarecer a todos os intervenientes e leitores deste Blog que permanecerão completamente neutrais.
quarta-feira, abril 06, 2005
Crónicas de Zé Caxias - A Facada do "Facadas"
Estou desiludido. Digo mais, estou mesmo muito decepcionado. O meu bom amigo “Facadas” Canhoto deixou-se levar pela fama, publicitada pelos mui nobres membros dos i-glamour, recorrendo à intriga, à mentira, às declarações baratas e falsas. Vamos repor a verdade. Vamos dizer com frontalidade o que de facto se passou nesse saudoso ano de 1985, época quase épica para o nosso adorado Fonte Pratense. De facto com a lesão do Zé Manel, fui eu o bravo escolhido para ocupar de forma honrosa o seu lugar, qual guardião das redes pratenses. Eu nunca fui guarda-redes meus amigos. Que culpa tenho da lesão do Zé Manel e da posterior lesão do espantalho? E aquela história do pau de vassoura é de bradar aos céus! Ah ah ah, como se isso fosse possível! O que foi colocado foi o mastro da nossa bandeira em sinal de protesto com tão tristemente escamoteada arbitragem. E eu saí tocado. Toda a gente viu o mosquito que se me entrou no olho esquerdo.
Desilude-me este meu amigo de anos. Parece que foi ontem que o encontrei no baile do “Rássingue”. Perdido, procurando trabalho. Até então tinha sido vendedor de couratos nos jogos da bola, ajudante de taberna e amolador de malhas do jogo do chinquilho. Queria mais, almejava ser poeta, letrista de fado. E fui eu meus amigos, fui eu que o apresentei a gente do fado como Dona Josefa, Dona Maria a Comporta de Alhos Vedros, Pontadas Caxias (meu primo) ou até ao Tio Bento. Com esta gente de renome, fadistas populares, “Facadas” tornou-se alguém. Tinha pensado nele para ministro da cultura da Ilha do Rato. Pois bem, com tamanha desilusão mudei de opinião. Será talvez o Tio Bento.
Tio Bento é um homem do fado, um boémio, um marialva dos tempos antigos, um comedor compulsivo de alcagoitas. Conhecedor profundo da tradicional vida nocturna da região (não há taberna, adega ou pipa de vinho esquecida que Tio Bento não conheça). Foi também campeão da zona sul da Baixa da Banheira em Despejo de Copo Três em 5 ocasiões, ficando por duas vezes em 2º atrás da Tia Albertina. Dará concerteza um bom ministro.
Desilude-me este meu amigo de anos. Parece que foi ontem que o encontrei no baile do “Rássingue”. Perdido, procurando trabalho. Até então tinha sido vendedor de couratos nos jogos da bola, ajudante de taberna e amolador de malhas do jogo do chinquilho. Queria mais, almejava ser poeta, letrista de fado. E fui eu meus amigos, fui eu que o apresentei a gente do fado como Dona Josefa, Dona Maria a Comporta de Alhos Vedros, Pontadas Caxias (meu primo) ou até ao Tio Bento. Com esta gente de renome, fadistas populares, “Facadas” tornou-se alguém. Tinha pensado nele para ministro da cultura da Ilha do Rato. Pois bem, com tamanha desilusão mudei de opinião. Será talvez o Tio Bento.
Tio Bento é um homem do fado, um boémio, um marialva dos tempos antigos, um comedor compulsivo de alcagoitas. Conhecedor profundo da tradicional vida nocturna da região (não há taberna, adega ou pipa de vinho esquecida que Tio Bento não conheça). Foi também campeão da zona sul da Baixa da Banheira em Despejo de Copo Três em 5 ocasiões, ficando por duas vezes em 2º atrás da Tia Albertina. Dará concerteza um bom ministro.
sexta-feira, abril 01, 2005
O brilhante "time" de 85
“Facadas” Canhoto e Zé Caxias são amigos de longa data. Mas também é verdade que existe uma rivalidade entre eles que os faz por vezes terem determinadas atitudes… enfim… a verdade é que “Facadas” persuadiu-nos a publicar alguns dos seus desabafos literários, tal como fazemos com Zé Caxias.
Posto isto deixo-vos com uma pérola da cultura desta região à beira Tejo plantada, contada pela mente brilhante de “Facadas” Canhoto:
“ Foi uma época completamente “alucinática”. O Fonte Pratense quase subia de divisão, não fossem aqueles últimos 17 jogos em que de facto as coisas correram realmente mal. O Mister bem nos avisou que com a lesão do Zé Manel (guarda-redes) as coisas se iriam complicar. Colocou-se então o Caxias na baliza. Completamente “desastrático”. Ainda se tentou um espantalho que o Mister trouxe lá das zonas do Gaio mas o boneco acabou por se desfazer ao fim de dois treinos. Tivemos que “mamar” com o Barão da Ilha do Rato. Que o gajo tinha dois pezinhos que faziam lembrar dois tijolos colados um ao outro com argamassa traço 3:1 já nós sabíamos, agora que tinha também duas mãozinhas que transformavam um esférico numa enguia ungida em óleo de fígado de bacalhau foi uma novidade surpreendente. O jogo nos Brejos da Moita contra o Caramelos F.C. foi um descalabro tal que o Caxias foi substituído ao minuto 37 da 1ª parte pelo cabo da vassoura da Dona Almerinda. A coisa melhorou, sofremos apenas mais 9 golos. O resultado final cifrou-se em 23-1. A malta ficou um pouco desiludida. Esperava-se mais. Eu até fiquei mais ou menos satisfeito, 1º porque fui eu a marcar o golo de honra, passavam 20 minutos do fim da contenda, o pessoal já estava todo nos balneários (há quem diga que não contou), 2º porque penso que se convenceram que o Caxias não é feito da massa dos grandes campeões, como eu por exemplo, ficando o cromo da bola no banco permanentemente desde esse dia. Como não haviam mais jogadores disponíveis passámos a jogar com 10 até ao fim do campeonato.”
Posto isto deixo-vos com uma pérola da cultura desta região à beira Tejo plantada, contada pela mente brilhante de “Facadas” Canhoto:
“ Foi uma época completamente “alucinática”. O Fonte Pratense quase subia de divisão, não fossem aqueles últimos 17 jogos em que de facto as coisas correram realmente mal. O Mister bem nos avisou que com a lesão do Zé Manel (guarda-redes) as coisas se iriam complicar. Colocou-se então o Caxias na baliza. Completamente “desastrático”. Ainda se tentou um espantalho que o Mister trouxe lá das zonas do Gaio mas o boneco acabou por se desfazer ao fim de dois treinos. Tivemos que “mamar” com o Barão da Ilha do Rato. Que o gajo tinha dois pezinhos que faziam lembrar dois tijolos colados um ao outro com argamassa traço 3:1 já nós sabíamos, agora que tinha também duas mãozinhas que transformavam um esférico numa enguia ungida em óleo de fígado de bacalhau foi uma novidade surpreendente. O jogo nos Brejos da Moita contra o Caramelos F.C. foi um descalabro tal que o Caxias foi substituído ao minuto 37 da 1ª parte pelo cabo da vassoura da Dona Almerinda. A coisa melhorou, sofremos apenas mais 9 golos. O resultado final cifrou-se em 23-1. A malta ficou um pouco desiludida. Esperava-se mais. Eu até fiquei mais ou menos satisfeito, 1º porque fui eu a marcar o golo de honra, passavam 20 minutos do fim da contenda, o pessoal já estava todo nos balneários (há quem diga que não contou), 2º porque penso que se convenceram que o Caxias não é feito da massa dos grandes campeões, como eu por exemplo, ficando o cromo da bola no banco permanentemente desde esse dia. Como não haviam mais jogadores disponíveis passámos a jogar com 10 até ao fim do campeonato.”
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